Há sítios que sabemos antecipadamente que serão bem difíceis de descrever. Por isso é que sei que podia estar que tempos a (tentar) explicar as razões pelas quais os hambúrgueres do Ramona são tão especiais e não conseguiria dizer mesmo e pronto. Ainda assim, claro que este sítio tinha de fazer parte deste meu sítio. Faz parte da minha história há anos. E, mesmo que tenha havido mudanças exteriores, aquilo que ali interessa continua a ser como sempre foi: muito bom.
O Ramona era uma espécie de ponto de encontro. Não se perdia tempo a pensar onde é que se ia. A frase parecia estar tão pronta a sair. Tal e qual como um hambúrguer do Ramona. Vai ter ao Ramona. Encontramo-nos no Ramona. Formulações assim. E o bom que era aquilo de se chegar ali a horas tardias e comer um daqueles hambúrgueres deliciosos. Esses exercícios de memória reiterados são ainda melhores de fazer porque são memórias dinâmicas. Renovam-se, permitem mais memórias, mais momentos. Porque continuo ainda hoje a ir ao Ramona. Sempre com a expectativa boa de quem sabe que vai viver um bom momento e que é isso que interessa mesmo: esse somatório interior.
É um lugar onde nos sentimos gratos, no que essa noção pode ter de sensação imediata, limpa de interferências. E o facto de, no fundo, se tratar de uma coisa tão simples, só torna tudo ainda mais especial. Não deixa de ser mesmo simples: hambúrgueres e batatas fritas. O ponto é que o ponto de suculência dos hambúrgueres do Ramona é assim uma espécie de arte e de segredo. O ponto é que aquelas batatas fritas, aquele molho, são assim uma daquelas coisas. A sequência é sempre a mesma e é por coisas destas que a repetição ou o hábito não têm nada de mal. E então, peço sempre o mesmo hambúrguer (queijo, bacon e cebola), uma cola com gelo e limão e, enquanto se espera pelo hambúrguer, que venham pratos pequeninos de batatas fritas com o tal molho-mistério do Ramona. Informação importante para quem não conhece este sítio: não há problema nenhum em pedirmos reforço de molho para as batatas. Quem estiver de serviço, sorri e traz de imediato. E não dá para falar sobre este lugar sem falar do serviço. Na sala e na cozinha frenética. Eficiente, simpático e rápido. Não se espera muito, depois de se pedir o que se quer. A única espera pode acontecer no momento da chegada, se for sexta-feira ou sábado, por exemplo. Nesses dias, os extremos são a melhor hipótese: ou mais cedo ou mais tarde. Há gente que nunca mais acaba, nessas horas e confesso que não é uma versão muito apetecível do Ramona, especialmente para quem tem memórias anteriores do lugar. Porque antes destas cores todas e de cadeiras e de balcões a brilhar, este lugar era assim meio escuro e eu gostava assim. Nesse aspecto, tinha mais alma. Estava ali entre a tasca e o snack onde se podia ir a más horas. Ou a boas horas, melhor dizendo:) O único vestígio dessa outra encarnação é aquele painel em que se vê como o Ramona atraía tribos muito diferentes. Havia sempre de tudo. Continua assim, felizmente. E isso é sinal de coisas (muito) boas. É por isso que, em Aveiro, este continua a ser um sítio onde se pode ser bem feliz. E isso é sempre e muito importante.
O Café Ramona fica no número 12 da Rua Eça de Queirós. Fecha aos domingos. Nos outros dias todos, abre às 08h30 e fecha às 02h00. Também tem take away e o número é este: 234427506.
A música é dos Kasabian. Club Foot.
É um lugar onde nos sentimos gratos, no que essa noção pode ter de sensação imediata, limpa de interferências. E o facto de, no fundo, se tratar de uma coisa tão simples, só torna tudo ainda mais especial. Não deixa de ser mesmo simples: hambúrgueres e batatas fritas. O ponto é que o ponto de suculência dos hambúrgueres do Ramona é assim uma espécie de arte e de segredo. O ponto é que aquelas batatas fritas, aquele molho, são assim uma daquelas coisas. A sequência é sempre a mesma e é por coisas destas que a repetição ou o hábito não têm nada de mal. E então, peço sempre o mesmo hambúrguer (queijo, bacon e cebola), uma cola com gelo e limão e, enquanto se espera pelo hambúrguer, que venham pratos pequeninos de batatas fritas com o tal molho-mistério do Ramona. Informação importante para quem não conhece este sítio: não há problema nenhum em pedirmos reforço de molho para as batatas. Quem estiver de serviço, sorri e traz de imediato. E não dá para falar sobre este lugar sem falar do serviço. Na sala e na cozinha frenética. Eficiente, simpático e rápido. Não se espera muito, depois de se pedir o que se quer. A única espera pode acontecer no momento da chegada, se for sexta-feira ou sábado, por exemplo. Nesses dias, os extremos são a melhor hipótese: ou mais cedo ou mais tarde. Há gente que nunca mais acaba, nessas horas e confesso que não é uma versão muito apetecível do Ramona, especialmente para quem tem memórias anteriores do lugar. Porque antes destas cores todas e de cadeiras e de balcões a brilhar, este lugar era assim meio escuro e eu gostava assim. Nesse aspecto, tinha mais alma. Estava ali entre a tasca e o snack onde se podia ir a más horas. Ou a boas horas, melhor dizendo:) O único vestígio dessa outra encarnação é aquele painel em que se vê como o Ramona atraía tribos muito diferentes. Havia sempre de tudo. Continua assim, felizmente. E isso é sinal de coisas (muito) boas. É por isso que, em Aveiro, este continua a ser um sítio onde se pode ser bem feliz. E isso é sempre e muito importante.
O Café Ramona fica no número 12 da Rua Eça de Queirós. Fecha aos domingos. Nos outros dias todos, abre às 08h30 e fecha às 02h00. Também tem take away e o número é este: 234427506.
A música é dos Kasabian. Club Foot.
Ainda hoje lá fui. Muito grata! Não se explica :)
ResponderEliminarE fez muito bem:) Não se consegue explicar, não. Nada a agradecer.
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