Keep your head up. Keep your heart strong.












A minha perspectiva sobre este festival é difícil de entender. Estou ali, mas nunca assisto a um concerto completo. Estou ali, mas acabo por perder as horas das bandas de que gosto muito e passo a vida a dizer interiormente "não faz mal". Passo pela multidão, mas quase nunca consigo parar e fazer parte dela. Oiço a música bem perto e a agitação e o ferver de todas aquelas vidas, mas tenho de estar zen. Apesar de nunca assistir aos concertos e tudo o mais, há muitas outras coisas que fazem parte disto de passar um festival a trabalhar. Muitas delas, bem gratas e bem lindas. Algumas estão nas imagens deste post. Assim aleatórias. Tiradas a correr, entre uma questão e outra. Entre um lugar e outro. Fotografias a caminhar. Fotografias tiradas nos taxis. Fotografias de elevador de hotel. Fotografias de comida de rua. Acho que só não voei. Mas terá faltado pouco para que sim, que às vezes pensava que umas asas davam muito jeito:) A única imagem em que estava mesmo parada, é a da janela aberta do meu quarto transitório a dar para as árvores da Avenida da Liberdade. Era muito cedo e acordei assim. A olhar as árvores e a luz quente do meu mês de Julho. 
A minha parte preferida de cada um dos dias de festival é sempre a da manhã. O recinto quase sem gente. Os sons aleatórios dos ensaios das bandas. Os movimentos coordenados de todos os que trabalham ali. Os meus passos perto do ar fresco a vir do rio. Aquela torre que nunca tinha fotografado, nestes anos. Agora sim. Nunca se sabe se estamos a viver as coisas pela última vez. E é tão bonita, a curvar-se perante a água. Este ano consegui parar e fotografar a tal torre junto ao rio. Fica aqui guardada, que me faz pensar em coisas boas. Isso e a imagem de um casal de mãos dadas que passou por mim, na cidade. E a lua mesmo por cima da Basílica da Estrela, a partir de um taxi. E uma frase na Rua das Flores, a lembrar o óbvio: não te esqueças de ser feliz:) 
Este ano, no backstage do Alive, houve brownies de coco e chocolate. Uma caixa cheia de carinho aos pedaços. Dessa parte não há registo. Esqueci-me. Fica de outra maneira. Tirei fotografias de outra maneira. E recebi carinho com abraços e com sorrisos, pelos brownies para a primeira noite de festival. Não se pode querer muito mais da vida, quando ela é assim acrescentada com outras vidas. 

A música é esta porque foi a primeira música que ouvi no primeiro dia de festival. Estava a ir não sei para onde, parei um bocadinho, para ver/ouvir melhor. Achei que devia. Que a música dizia coisas importantes. 


8 comentários:

  1. O teu comentário lá no blogue foi a primeira coisa que li hoje, ainda com os olhos esbugalhados e já me deixou com um sorriso. Este post fez-me arrepiar por tudo. Pela proximidade tão grande que tens com a música, pelas saudades do tamanho do mundo que tenho de ir festivalar e porque seja coincidência ou não, dei por mim este fim de semana a fazer a promessa que no próximo ano voltaríamos à carga, desta vez com mais um, porque afinal, cada vez mais os festivais têm condições para miúdos e o meu já tem 7 anos.
    A-MEI e acho que entendi cada palavra que escreveste.
    Um beijo e bom descanso que agora bem mereces!
    Libertines era uma das bandas que gostava de ter visto ;)

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    1. Olá Verinha:)

      A ideia era essa: acordares e veres uma visita registada. Gostei tanto deste teu último post. Disse-o lá. Dás uma vida e uma densidade muito particulares às coisas. Especialmente aos objectos aparentemente deteriorados, marcados pelo tempo. Um talento. Não é difícil fazer brilhar uma porcelana fina. A questão está em dar brilho a um prato de alumínio ou a um garfo meio estragado. E tu consegues isso como ninguém:)
      Acho muito bem que tenhas essa ideia. E sim, os festivais são cada vez mais possíveis para crianças. O meu filho esteve comigo o ano passado. Assistiu ao primeiro concerto com a mãe. Os Greenday de que ele tanto gosta. E recebeu dois presentes inesquecíveis, pouco antes de o concerto começar. Um dia conto-te:)
      Ainda falta para as férias. Já me fartei de trabalhar ontem e hoje. Só que noutro registo. Mas sempre com música:)
      Os Libertines estavam a ensaiar, quando tirei esta fotografia. Só ouvi o ensaio. Perdi o concerto:)

      Um beijo para ti.

      Mar

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    2. Fica a promessa.
      Greenday foi uma daquelas bandas que cantei vezes sem conta, eheh!
      O meu filho tem uma "queda" pelos The Hives que fez o The Black and White Album andar a rodar no carro durante imenso tempo... já nem eu podia! Sem duvida o backstage tem outra magia, do segredo, do escondido, do que não está ao alcance dos olhos de todos!
      Por aqui, fica a vontade e para o ano voltamos à aventura!

      Um beijo.

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    3. Tem bom gosto, o teu filho:) Melhor assim. Boa música desde cedo. É muito lindo, sim. Como os segredos.
      Para o ano, então:)

      Um beijo para ti. E outro para o teu fã de The Hives:)

      Mar

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  2. Olá Mar,

    Nunca fui a um festival deste género e não sei se seria capaz de gostar.

    Já assisti a um concerto do Elton John, em Lisboa. É mais o meu estilo.

    Mas, o comentário é para dizer que o título do post me parece um excelente lema de vida!

    Com ou sem música.

    No sábado à noite fiz um jantar para uns amigos e, a inspiração para determinados detalhes na decoração da mesa veio daqui, de São Pedro do Sul para o Algarve!

    Obrigada por isso!

    Um beijo do Algarve, agora em pleno Verão (calor!!)

    Sandra Martins

    PS - Já de férias?

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    1. Olá Sandra:

      Apesar de gostar muito destes ambientes, compreendo que não seja líquido para muita gente. E sim. Esta parte do refrão é do género de sintetizar duas dimensões fundamentais. Mesmo que não seja bem o género de música que me apaixone, gosto destas palavras.

      Fico feliz por essa inspiração para alguns detalhes. Nada a agradecer:)

      É Verão. É tempo disso. De calor. E ainda não. Nada de férias. Faltam mais uns dias de calor para que sim:)

      Um beijo para si.

      Mar

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  3. Way to go, mais uma vez! Registos de dias preenchidos numa visão muito própria do festival. Beijo já a caminho de casa.

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    1. Sim. Mais uma vez. Cansada e tudo o mais. Mas já está.

      Outro beijo para a Babette sempre em trânsito:)

      Mar

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