No fundo, as mesas são como as pessoas que as (com)põem. Quando se gosta de muitas coisas diferentes, as mesas acabam por ser espelhos dessas coisas muito diferentes entre si. Quando é assim, dá para a ideia de recuperação e ir buscar uma toalha de avó, renda fina e bordados a desenhar flores. Lanternas misturadas com castiçais de prata que iluminaram três séculos de vidas. Cerâmica do "meu" Algarve com pratos étnicos e um pouco de Oriente à mistura.
A vida é para ser vivida. As coisas devem ver a luz e as cores da vida que está a ser vivida. E ir ficando com essas marcas. Marcas de uso. Sinais de uso. Tudo é usado. Usável. Nós. Os objectos que são pedaços de nós. Assim seja. Se alguma coisa se partir pelo meio, assim seja na mesma. Um sinal definitivo de uso, a quebra.
Gosto tanto das tuas misturas. São sempre plenas de sensibilidade. E dás vida aos objectos, novos registos, uma nova aproximação. Gostei muito da toalha antiga e de tudo o que tão bem nela figurou. Que bem que fica o étnico, o algarvio e o oriental juntos ;) E a lanterna com o castiçal. Tolerância, podia ser o nome desta mesa. Ou Sem preconceitos, outra das hipóteses. Linda, em qualquer dos casos...
ResponderEliminarBabette
Acompanhar as tuas mesas acompanhando-te a ti. Mesmo bonita a toalha de renda, onde lanchámos no outro dia. Eu primeiro, enquanto o teu colo segurava o pequeno Pedro. Que quando eles são pequenos é mesmo assim :) Bom todas estas coisas estarem a uso, as chamadas relíquias, que normalmente estão fechadas a sete chaves, e que cheiram a naftalina, para que nada as perturbe, muito menos as traças. Concordo contigo, não faz sentido o melhor ficar guardado. Para quando? E então sim, que seja vivida a mesa, com o que temos reunido. O melhor, o de todos os dias, o que se recolhe dos nossos sítios !
ResponderEliminarEstilos diferentes que em harmonia !
Beijinhos nossos!
Pipinha
estilos diferentes em harmonia !
ResponderEliminar;)
Ainda me lembro de um post teu sobre um copo partido. Interessante isso de não chorar a perda quando ela é resultado de uma vida vivida.
ResponderEliminarAdoro ecletismos, por isso, adorei a tua mesa.
Um abraço e um excelente fim de semana. Que seja de gozo e de descanso.
Patrícia
Uma arte, essa, a de saber combinar harmoniosamente a diferença dos objetos nos seus vários contornos de tempo e de lugar de pertença na continuidade de uma vida renovada! Gosto muito disso. Parabéns mais uma vez pela tua belíssima mesa!
ResponderEliminarAgora regresso ao trabalho, reunião às 18:30...
Bj
Isabel
Mais uma daquelas mesas-amálgama de que tanto gostamos. Usar o que temos, sempre. Principalmente quando são peças tão bonitas e com tanta História com as que nos mostras. As casas e os objetos que as compõem não são museus. Querem-se vividas, com muitas histórias para contar.
ResponderEliminarUm beijo,
Ilídia
Olá Babette:
ResponderEliminarAs coisas vão acontecendo umas com as outras, é mais ou menos esse o registo. Neste caso, foi a toalha da avó do Vasco. Ocorreu-me que não a usava há imenso tempo. E não acho piada a guardar ou a aguardar. Já me conheces a faceta impaciente:)
Muito lindo que tenhas gostado. Eu gosto que assim seja. E agradeço.
Um beijo.
Mar
Olá Pipinha:
ResponderEliminarPois foi. Tinha-a posto nesse dia. Muito linda, a toalha. Feita com aquela paciência de avó.
Do que eu gostei mais nesse dia foi de ter estado com o teu Pedro e contigo. Colinho da Mar durante uma tarde:)
E sim, passamos a vida a guardar coisas. Melhor vivê-las, não? E que seja em harmonia com registos diferentes, que o mundo e as pessoas não são a preto e branco.
Beijos nossos.
Mar
Olá Patrícia:
ResponderEliminarEsse post foi a propósito de um dos meus copos preferidos. Entretanto, já parti outro. Faz parte do tal processo. Viver com a possibilidade de quebra, de queda. Bom que tenhas gostado. E que o teu fim-de-semana esteja a ser de coisas que façam bem
Um beijo.
Mar
Olá Isabel:
ResponderEliminarNinguém merece. Conselhos de Turma às 18.30 de uma sexta-feira:)?
E sabes, no fundo é como se se escrevesse, a vida. Isto de ir buscar coisas que estavam quietas. Acho que deve ser isso. Dar continuidade, como dizes. Obrigada pelos teus parabéns superlativos:)
Um beijo.
Mar
PS: Combinem a data e digam. A ver se acontece uma mesa com coisas misturadas:)
Olá Ilídia:
ResponderEliminarNada de museu, acredita. Acaba por ser tão amálgama como as mesas, a casa. Não gosto da acumulação por si, os objectos têm de ter um sentido, um propósito. Ou vários, quando podem estar à mesa. Obrigada por teres gostado:)
Um beijo de boa semana.
Mar