Pode acontecer.









Há uma imprevisibilidade tão doce, nos domingos. É um dia "nunca se sabe". Creio que o reservo interiormente para a surpresa. Sábado é dia de planos. Gosto de antecipar os sábados. Com os domingos é diferente. Obedecem a uma cadência docemente imprevisível. Imprevisivelmente doce. Pode acontecer querer muito ir ver o mar. por ver o mar. Pode acontecer um telefonema da minha mãe, a dizer que fez uma das minhas comidas de criança. Pode acontecer querer um jantar no jardim. Pode acontecer a voz de um amigo. "É mais importante do que nunca falarmos com quem gostamos muito." Tão simples. E tão certo. Falarmos com quem gostamos muito. Muito isso. Muito disso.
A memória de um jantar no último dia de Junho deste ano veste-se das cores da mesa das imagens. E sabe a dois tons: ao verde-branco de um Pêra Manca e ao amarelo solar de uma entrada. Muito frescos, os dois tons. Puderam acontecer no último dia de Junho. Tal como uma voz que gosto tanto de ouvir. Há tanto tempo que sim. E uma música que cura. Plainsong, The Cure. Melodia para assinalar finais que podem ser inícios. Tal como o último dia de um mês assinala o início de um outro.

Manga fresca com chèvre e presunto

1 manga + lascas de presunto + pedaços de chèvre + nozes + 1 fio de azeite + pimenta preta

Antes de tudo o mais, a manga deve estar muito fresca. Depois, corta-se em fatias finas e dispõe-se num prato largo. Por cima, lascas ligeiras de presunto e pedaços esfarelados de chèvre. Para terminar, nozes esmagadas, um fio de azeite e pimenta preta moída na hora de servir. Pode servir-se com uma salada verde a acompanhar.



11 comentários:

  1. Um dia terei o prazer de ouvir a tua boca as lindas palavras que tens sempre para dizer... tu é que és poesia e uma verdadeira inspiração. Gosto de te ler e fico sempre emocionada com os teus comentários na minha simples página.
    Um beijo.

    P.s. Para não varias, essa era das minhas musicas de adolescente :)

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  3. Mar:
    Tão bonita, esta mesa... Uma explosão de cor e de tons que pedem calor.São os tais pratos, não? E a toalha feita a partir de um tecido com outro fim. A sensibilidade à mesa, com um bonsai a pontuá-la. O orgânico das folhas verdes tão bem que combina com o azul dos pratos. E as pedrinhas a assinalar datas por cima dos guardanapos. Lindo! Gosto da importância que dás aos domingos. Passei a gostar mais deles depois de te conhecer. Das coisas boas que inspiras ;)

    Um beijo para ti. E outro para a Vera ;)

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  4. Olá Vera:

    Boa, isso de nos tratarmos por tu:) E sim. A ver se nos conhecemos fora deste registo. Já percebi que vives em Coimbra. Coimbra não é longe:)
    E obrigada. É muito lindo alguém dizer que somos pessoas inspiradoras. Embora eu não me tenha em grande conta. Melhor assim, que a vida, de vez em quando, dá-me cada lição...
    E ADORO o teu blog. Vou ler o que andaste a cozinhar, daqui a nada. Uma parte boa dos meus dias, vês?
    Esta música faz-me pensar em pessoas boas. Numa em especial, que o ano passado, no Optimus Alive me lembrou que a bondade e a beleza são sempre possibilidades.

    Um beijo.

    Mar

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  5. Olá Babette:

    Veio da convivência contigo, esta mesa. Tão bom que tenhas gostado. Aprendi a olhar para o registo étnico com o teu olhar. Com alguns dos objectos da vossa casa. E sim, são os tais pratos de sábado.
    As pedras com as datas. Estão espalhadas pela casa. Ou guardadas em sítios de que me esqueço, também.
    O Vasco também diz assim. Em relação aos domingos. Era o dia que mais lhe custava. Agora, diz que é o dia de que gosta mais. Se eu desaparecer antes do tempo regulamentar, é bom pensar que duas pessoas passaram a gostar mais dos domingos:)


    Um beijo.

    Mar

    PS: Esta entrada parece-me adequada para aquela circunstância de que falámos há dias:)

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  6. Saltei pelos teus posts, por toda a cor das tuas fotografias já de um verão assumido, enquanto me resguardo dele, a mim e à cria. Muitas coisas boas traz um domingo, e escolher a melhor delas. Saudades de uma tarde nas sombras frescas do teu jardim ! Beijinhos nossos, no inicio do mês Julho, que é muito tu. O calor, as músicas, a tua festa.

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  7. Olá, querida.

    Antes de pores esta mesa, falámos (estava eu a descascar ervilhas :). Linda, como sempre. Gostei especialmente do bonsai em lugar de destaque. Muito zen, misturado com os outros elementos multicolores. Sempre inspiradoras, as tuas mesas.

    Um beijo da tua amiga
    Ilídia

    PS: Ainda adoentada, mas já com os exames corrigidos :)

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  8. Mais uma mesa muito bonita e outros pratos que são muito do meu agrado. A toalha é diferente e conjuga muito bem com os restantes elementos.
    Não imaginava um bonsai como possibilidade de centro de mesa mas apreciei muito.
    A entrada fresca é um brind ao verão que parece ter chegado.
    Continuação de boa semana,
    Graça

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  9. Olá Pipinha:

    Tão assumido, o Verão, que tens de te proteger dele. E ao teu bébé. Tenho-me lembrado que te custa tanto, este calor. Ficas impossível, sendo a pessoa mais paciente e tranquila que conheço:)
    Julho é assim desde que nos conhecemos. A festa pelo meu dia. O calor. A música que vai mudando. A que vai sendo a mesma de sempre. Saudades tuas, também. De te ver aqui, no jardim.

    Um beijo grande!

    Mar

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  10. Olá Ilídia:

    Way to go:) Feliz que tenhas acabado de aplicar critérios de correcção:)
    Tinha uma vaga ideia da mesa, quando falámos. Mas tinha a certeza de querer muito jantar no jardim:) Foi assim. Com uma árvore à mesa. Muito ligeira. Mas com uns bons anos:)

    Um beijo de boa semana. Orgulhosa de ti, eu:)

    Mar

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  11. Olá Graça:

    Vou dizer-lhe uma coisa: a toalha é uma manta:) Achei que iria ficar bem com estes pratos. Gostei de a ver à mesa deste domingo quente. E ao bonsai. O mais pequeno que tenho. Vida condensada, no fundo.
    Esta entrada é óptima. Quanto mais fresca for a manga, melhor. E desta vez não me esqueci de pôr todos os ingredientes direitinhos, vê? Portei-me bem:)

    Um brinde ao Verão!

    Mar

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