Adele è venuta a cena.
































Uma pessoa nova a significar um país. Itália nas coisas que digo e que penso. Como se fosse intravenosa. Graças a uma pessoa. O mais importante nos nossos caminhos são as pessoas. A tal ideia que passo a vida a repetir. Tem um nome e um rosto que é assim como o nome pronunciado na língua dela. Adele. Não morre na última sílaba, a palavra que é um nome que é uma pessoa. Como se quisesse persistir.
Fica o registo de duas das mesas para ela. E um bocadinho da comida. Fica isso. E a memória de que num contexto determinado, havia ela. Estava ali. E não dava para ser de outra maneira. Uma pessoa é o mundo inteiro. Querer bem a uma pessoa é querer bem ao mundo inteiro.
Courgettes salteadas com orégãos e azeitonas
2 courgettes + 1 dente de alho + 8 azeitonas + azeite, sal, vinagre balsâmico (branco) e orégãos.
Corta-se as courgettes em rodelas finas, mantendo a casca. Leva-se o dente de alho em azeite, ao lume (numa frigideira larga). Uns segundos depois, acrescenta-se as courgettes e um pouco de sal. Salteia-se durante uns dez minutos, borrifando-se com um bocadinho de vinagre. Junta-se as azeitonas partidas em pedaços pequenos e depois os orégãos. Mesmo antes de servir, mais um fio de azeite.
PS: Adele, grazie mille. Dalle parole. Tutti le parole. Una giornata difficile è stata meno difficile a causa di queste parole: "Andiamo a prendere un caffè, Mar!" In Dicembre, un caffè a Roma. Spero di avere scritto bene:)

8 comentários:

  1. As pessoas são de facto o mais importante das nossas vidas. São marcos.Quer sejam família, amigos, conhecidos, desconhecidos, todos têm o condão de nos sublinhar de alguma forma, com gestos, prendas, palavras...A sua Adele deve ser uma pessoa muito especial. Assim as amizades valem ouro.

    Obrigada por ter passado no foodwithameaning e ter comentado o bolo recheado. É uma delícia a conjugação dos frutos com o bolo de iogurte.
    E parabéns ao marido que por coincidência celebra o aniversário no mesmo dia que eu. Há dias felizes e comemorar o nosso nascimento é tecer elogios à vida. Que ela esteja presente por muitos e muitos anos.
    Beijos
    Patrícia

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  2. Olá, Mar
    Lindas, ambas as mesas que fizeste para a Adèle. Gostei de ambas, mas muito da sobriedade da primeira. Quanto à receita, simples e, de certeza, deliciosa. Ingredientes infalíveis que, juntos, devem ter resultado na perfeição.
    Um beijo da tua amiga
    Ilídia

    P.S.: Por cá, escolas encerradas amanhã. A Nadine gostou tanto de nós que decidiu voltar :) Esperemos que não seja muito cruel e nos deixe mais ou menos sossegados.

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  3. Olá Mar,

    Encanta-me a sonoridade desta língua. E sempre a adiar a sua aprendizagem. A falta de tempo, o cansaço, e outras coisas assim que nos levam a adiar sine die o que gostaríamos de fazer. Mea culpa! A ver se sim. Se me animo de vez. E é curioso que ultimamente tenho ouvido muita música italiana. Talvez seja o prenúncio de algo.
    Bom quando uma pessoa significa assim tanto para nós. E as suas mesas tão lindas, para uma pessoa especial. Que significa mundo. E sabe a Mar também significa mundo.

    Um beijo

    Íris

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  4. Olá Patrícia:

    Vou manter o tratamento informal que iniciámos há uns tempos, sim?:)
    A Adele é, realmente, uma pessoa especial. Tem um brilho muito sereno e é muito bonita. Mas sabes, não pode ser mesmo de outra maneira, quando as pessoas me acontecem tão em forma de dádiva.
    Registei o teu bolo a conjugar frutos com um bolo tão neutro como o de iogurte. E tive pena por só ter visto tão depois. Foi uma semana complicada, a passada. A tentar chegar a tudo. Para tudo.
    Obrigada pelos parabéns. Recíprocos, então. Dele. E meus. Por muitos anos. Que seja. Todos os anos mais um daqueles dias.

    Um beijo.

    Mar

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  5. Olá Íris:

    Também comigo aconteceu o mesmo. Isso dos adiamentos. Todos os anos me informo quanto aos cursos livres de Italiano na minha faculdade. Todos os anos, a noção de que seria uma rotina pesada. Duas vezes por semana, no final de dias de trabalho. E deixar para trás o mais importante: o final de dia com o meu marido e com o meu filho. Fiz bem em adiar. De cada uma das vezes em que o fiz.
    Quando conheci a Adele, pensei que a vida tinha acabado por me oferecer um universo que eu tinha procurado.
    Se calhar, esta equação é para si: música italiana + post da Mar sobre uma amiga italiana = Íris a aprender(finalmente) italiano:)
    E mais uma coisa: grazie mille. Por aquilo do mundo.

    Um beijo.

    Mar

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  6. Já cheguei. E enquanto que eu fui à procura de Itália, outra Itália aterrou em S. Pedro do Sul! Percebe-se aquilo da empatia que falávamos há uns dias. Assim, de repente, há coisas que vêm ao nosso encontro. Mesmo que não pareçam óbvias. Um lombo wellington, num determinado momento. Um intercâmbio noutro. Tudo para trazer pessoas às vidas uns dos outros. Tem de ser por isso. E porque num determinado momento precisamos disso. E então, parece que são as pessoas que vêm ao nosso encontro. E nós retribuímos como podemos. Com mesas, comidas, palavras e amizade. Tudo o que se constrói depois disso alimenta o resto. Foi assim contigo na minha vida. Está a ser assim contigo e com a Adele. As teias dos afectos vão ficando cada vez maiores. E tu generosa por recebê-los. Por recebê-la.
    Babette

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  7. Olá Ilídia:

    Que bom que gostaste. A primeira mesa foi a segunda que fiz para a Adele e para nós. Também gostei mais dessa. Um jantar de sexta-feira. Um dia tão sem fôlego, agora que o lembro. Um bálsamo, fazer o jantar. E uma mesa a nascer com música. Depois chegou ela: Ciao, Mar:) A dizer que cheirava bem, esta combinação de courgettes, azeitonas e orégãos. Vou estar a enviar pensamentos que mandem a Nadine dar uma volta para bem longe da tua ilha:)

    Um beijo.

    Mar

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  8. Olá Babette:

    Exactamente o que disse à Adele, numa das vezes em que esteve cá. Que há sentidos para as pessoas coincidirem. Mesmo que nem sempre pareçam inteligíveis. Mas creio que há sempre. Nem que seja pela antítese. Também há encontros assim, nas nossas vidas. Que servirão enquanto face do que não queremos ou não procuramos ou faz mal. Seja o que for, as memórias a uma mesa são sempre gratas. Sempre dádivas. É o que eu acho, pelo menos.

    Um beijo para ti. De regresso.

    Mar

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