A maior parte das vezes, parece que a vida nos faz perder. Coisas. Pessoas. Lugares. Outras não. Parece que as coloca no nosso caminho. Assim. Sem mais. Depois vem a outra parte da equação. Que é fazermos coisas com as coisas. Andava a pensar persistentemente que queria ver azulejos à mesa. Meses nisto. Procurava em antiquários. Em velharias. Nunca era bem aquilo. Estavam estragados a maior parte das vezes. As cores não eram bem como as que imaginava. Ou os desenhos. Deixava cair a ideia. Mesmo depois de insistir, escolhia a abdicação.
Até que aconteceu numa deambulação por Lisboa. Não quis um caminho a que estava habituada e escolhi outro. Isso determinou que acontecessem, os azulejos. Alguém tinha escolhido dedicar-se a uma arte tão nossa. Tão com a nossa luz azul. Num jardim, havia uma banca cheia de azulejos. Reproduções dos azulejos todos que vejo nas casas e que me fazem parar o olhar. Feitos de maneira a poderem ser usados consoante as conveniências mais inusitadas. Como tábuas de queijos, bases para quentes e para copos. Individuais. Ou assim como imaginava. Na mesa. Para contemplação.
Estiveram à mesa. Estarão sob outras formas, de inesgotáveis. Mas estão aqui, depois de tanta procura. Estiveram à mesa do almoço do primeiro dia de Outono. Tanto sol. Tantas, as possibilidades. Com a mesa, a graça de uma gata que só podia ser Gracinha. Uma gracinha só, ela. A brincar com a toalha da mesa, a reinvindicar a minha atenção. Memória deste dia. Desta mesa. Faz parte.
Deixo o contacto do Álvaro, para disseminar a arte dele. À medida das possibilidades modestas deste lugar virtual feito de coisas que são.
Que lindos q ficaram! Ainda mais bonitos do q idealizei. E vão permitir tantas variações... Acabei de chegar a cidade dos azulejos... E fazes bem deixar o contacto. Gosto quando se encontra o que se procura. Fico feliz por essa mesa tão linda para receber o outono. Um bom inicio de semana.
ResponderEliminarBabette
ResponderEliminarLindos.
Beijo
Jo
Muito bonita a luz dessa mesa dourada, com as cores todas mais vivas pelo sol. Os copos rosa avermelhado a deixar passar uns raios de sol. Fazem uma bela mesa, as linhas desses azulejos, linda essa arte da cerâmica e da azulejaria. Valeu muito a pena esta mesa, para guardar a luz do verão que está a passar.
ResponderEliminarE a querer fazer parte do conjunto a Gracinha, que é mesmo uma graça de gatita !
Um beijinho grande !
Valeu a pena a procura e a espera. São lindos. Adoro os motivos geométricos. E sabes usá-los como ninguém. Confesso que não me ocorreria pôr azulejos na mesa. Sempre inspiradora, tu :)
ResponderEliminarUm beijo,
Ilídia
P.S.: Já conversei com o Manel, antes da história. Correu bem :) Estou mais tranquila:)
Que bonitos são. Saltaram logo à vista assim que vi a foto. Pensei que poderiam ser marroquinos. Depois, ao ler o post, apercebi-me que não.Quem diz que a arte é apenas para ser contemplada? Esta, do Álvaro, reune beleza e utilidade.
ResponderEliminarUm grande beijinho para aliviar estas semanas que já são feitas de rotinas.
Patrícia
Foi tão difícil escolhê-los, na altura. Fica-se com a ideia (e vontade) de mais. E gostei tanto que tivessem acontecido, depois de tantas tentativas. E sabes, são bases lindas para quentes. E para queijos. Trouxe de tamanhos maiores, para fazer tábuas de queijos como não há:)
ResponderEliminarGosto que a imagem da mesa tenha coincidido com a tua chegada a Lisboa. A vida acaba por fazer com que as coisas coincidam, afinal.
Uma boa semana. Já em curso.
Mar
Olá Jo:
ResponderEliminarObrigada por esse seu "lindos":)
E um beijo.
Mar
As fotografias da nossa mesa à noite não ficaram bem. Pena, porque a mesa sim. Mas fez sentido assim. Aconteceu assim. Ficar guardado o sol daquele dia.
ResponderEliminarE a Gracinha é adorável:) Anda sempre às voltas. Tenho medo de a pisar, de vez em quando:) Como neste dia, que não me deixava fazer as coisas sem interromper. Acabou por ficar, ela.
Um beijo para ti.
Mar
Olá Ilídia:
ResponderEliminarOlhava para eles nas paredes das casas e achei que também faziam sentido à mesa. Feliz por teres gostado da geometria dos azulejos. E grata por isso da inspiração:)
A calma e a voz de uma mãe fazem com que tudo fique bem. Mesmo antes de dormir. O meu filho tem-me ensinado que isso salva os dias. Feliz também por isso.
Um beijo para os dois.
Mar
Olá Patrícia:
ResponderEliminarUma arte cheia de pragmatismo, esta. Todos têm uma base de cortiça. Assim, não estragam as superfícies onde forem colocados. Quando dei por estes azulejos, a sensação foi a de alguém ter ouvido os meus pensamentos com vontade de ver geometria e cores à mesa:)
Por isso, sim. Arte que não é "só" para contemplação. E obrigada.
Um beijo para ti.
Mar
Grito de cor a receber este outono pardacento.
ResponderEliminarPerfeita estética do belo,como tudo o que sai das mãos de Mar.
A beleza à mesa que se adivinha coberta de mimos.Eu que o diga...
Na geometria dos dias ,sempre o bom e o bonito,na busca incessante do equilíbrio.Boa sorte para este outono,começo de tanta coisa...
Beijo amigo
Aurora
Por vezes é assim, aquilo que se quer surge quando se deixa de procurar! Ainda bem que esperou porque estes azulejos são muito bonitos e ficam bem juntos. A mesa ficou mais rica com eles.
ResponderEliminarA Gracinha parecia estar a "posar" para a fotografia!
Uma boa semana,
Graça
Mais uma mesa especial, esta, a despedir-se do verão! A beleza da composição que os azulejos emprestam fez, de facto, toda a diferença! Adorei!
ResponderEliminarRecordo com saudade o mosaio hidráulico na entrada da casa onde vivi até aos meus 22 anos, em padrão geométrico de efeito tridimensional, colorido de maravilhosos tons pastel, castanho camurça e preto. Sempre impecavelmente encerados!...
Parabéns mais uma vez pelo bom gosto, pela criatividade!
Espero que já tenha conseguido ver o filme que lhe aconselhei "Um toque de canela"...
Com carinho,
Isabel
Olá Aurora:
ResponderEliminarTanta coisa a começar. E de que maneira, que nem tenho tempo para respirar entre uma coisa e outra. Disse-lhe na resposta ao seu email que viria nessa noite aqui. E está a ver como têm sido estes dias, só agora. As minhas desculpas por isso. Depois explicarei melhor.
Essa geometria a querer o equilíbrio. Gosto dessa ideia. E das suas palavras. Que sinto sempre muito além do que sou e do que faço. Melhor assim, que o mundo está tão cheio de discursos cheios, não? Agradeço. Muito. E peço desculpa por só agora. Outra vez.
Um beijo para si. Espero que com muitos começos, também.
Mar
Olá Graça:
ResponderEliminarCheia de graça, a gatinha que anda por aqui como se sempre aqui tivesse estado. E sim, nada de se importar de ser fotografada:)
Creio que sim, que valeu a pena esperar que aparecessem os certos. Os azulejos que fossem tal como os tinha imaginado. E como eu detesto esperar:)
Um beijo para si. Que esteja bem.
Mar
Olá Isabel:
ResponderEliminarGosto tanto desse género de azulejos de que falou. Nas minhas memórias também há essas imagens. Lembro-me de perceber que estava a crescer por já não conseguir que os meus pés não tocassem os limites dos desenhos dos azulejos. As coisas em que pensamos quando somos pequenos:) E ainda não consegui ver o filme de que deixou referência. Como acontece com outros que descansam ali. Será por estes dias de Outono. Com alguma sorte, até pode ser que seja numa noite chuvosa, com chá e mantas:)
O meu carinho para si.
Mar
PS: Se ler este comentário, queria perguntar se podia escrever para o email do blog. O Vasco não ficou com o seu contacto e eu precisava de lhe falar de um assunto que não pode (ou não deve) ser tratado aqui. Obrigada.