Tenho muitas saudades do sol, de sentir o sol no meu jardim. De ter rosas, em vez de camélias, as flores que parecem feitas de cera e que vão caindo das árvores, fartas e apodrecidas de chuva. Pois eu também estou farta de chuva, como as camélias do meu jardim. Mas antes de fazer esta sopa, tentei lembrar-me do que gosto no Inverno. E cheguei à conclusão de que gosto de muitas coisas: da vontade mais acentuada de regressar a casa, da lareira à espera, de achar que o sofá é o melhor sítio do mundo:) e das sopas reconfortantes, que nos aquecem por dentro.
Há muitas virtudes nas sopas, aquelas todas de que falamos às crianças e mais. Nesta em particular, por ser tão neutra. E nisto não sou muito adepta das variações francesas em torno das sopas de cebola, por terem demasiado queijo, demasiada pimenta. O que eu gosto neste sabor, é mesmo a suavidade. Claro que fiz também a versão com queijo, preferida pelo meu belo filósofo. Mas a minha sopa de cebola foi sem queijo e sem pimenta. Enquanto havia chuva lá fora.
A minha interpretação de sopa de cebola:
3 cebolas (duas roxas e uma branca) + 2 cenouras raladas + azeite + água + sal + cebolinho picado + queijo gruyère ou conté e pimenta branca.
Refoga-se as cebolas com o azeite, introduz-se água aos poucos até à quantidade desejada. Depois, junta-se as cenouras raladas, tempera-se com sal e deixa-se cozer durante uns 15 minutos. Depois, na altura de servir, adiciona-se cebolinho picado, os queijos e a pimenta.
Adorei esta simplificação da sopa de cebola francesa. Não sou muito adepta das natas e dos outros excessos que a cozinha francesa muitas vezes apresenta, por isso parece-me muito bem esta versão. Vou experimentar certamente. E tentar servi-la num contexto tão bonito como este.... Puro bom gosto.
ResponderEliminarBabette
Também não gosto das versões francesas de receitas deste género. E sim, por vezes as natas, as pimentas e os queijos acabam por se sobrepor aos outros sabores. Obrigada por mais palavras generosas.
ResponderEliminarBeijo da Mar
Para a Fa, a propósito de Proust, no post dos Livros:
ResponderEliminarEm busca do tempo perdido. O livro que é vários. E que ainda não consegui ler. Mas a que volto uma e outra vez,
E acontece-me o mesmo que a si, pelos vistos. Em todo o caso, acho que esta obra é uma espécie de metáfora para a beleza que reside no inacabado ou no que não se concretiza. Pelo menos por enquanto...a ver se um dia se torna em livro lido, sublinhado e interiorizado.
O mesmo desejo de boas leituras para si.
Mar
sopa de cebola é sem sombra de dúvida, aquilo em que penso quando quero aconchego. Ficar quente e sem frio. Comer para ficar reconfortada. É uma sugestão muito cosy a tua e muito apropriada ao tempo das camélias pesadas!
ResponderEliminaré o que vou fazer hoje, depois de um dia de molhas sucessivas!
thanks : )
Exactamente: aconchego. Eis um belo sinónimo para reconforto. E sim, este é o tempo das camélias pesadas.
ResponderEliminarYou're welcome:)
See you tomorrow!