Lá fora: Monverde | Amarante.































Nesta altura do ano, o verbo mais conjugado é o verbo ir. Declinado das maneiras que apetecer. No espírito (leve) de Julho. Para mim, o mês mais etéreo de todos. Todas as promessas boas de Verão, o mês de Julho. A antecipação de todas as noites quentes, de todos os jantares prolongados, de todas as mudanças. Nunca tanto como neste Verão, agora que penso. Bom que a vida dê muitas voltas e que sempre seja surpresa. Por estes dias, vou deixar sítios para conjugar o verbo ir. Depois, volto às receitas que aguardam esta luz. Assim a minha vida às voltas o permita, melhor acrescentar. 
Andava há uns meses para ir conhecer este sítio com verde no nome. Sou uma lírica irremediável e a primeira coisa que me fez ir ver imagens sobre este lugar, foi a palavra:) Na altura, gostei tanto das imagens e do projecto, que guardei na ideia ir e sem estar a adiar muito. E sim, mais um sítio à distância de uma viagem de carro. Gosto do espírito on the road. Mesmo muito. E cada vez mais. 
Impossível não nos sentirmos imersos neste verde. E é uma paz vibrante, a que se sente ali. Não é uma paz que entregou os pontos ou que quer estar muito quietinha à espera que o tempo passe. Nada disso. Há lugares renovadores, sem que saibamos muito bem porquê ou sem que o antecipemos. Este lugar deu-me essa sensação. A par daquilo que está sempre, seja qual for o sítio. Aquela leveza. Uma leveza alheia ao ruído do mundo que não interessa. Uma leveza que não faz barulho nem grandes declarações. Uma leveza resistente, forjada a partir de metais pesados. Uma leveza que  vive. Muito. É isso. Esses são os detalhes impressivos ou emocionais, mas o que se pode ver e tocar e sentir e viver neste sítio é muito e é muito lindo. A começar pela arquitectura no meio de todo aquele verde. Sóbria. Racional. Elegante. De uma lógica muito ecológica e cheia de detalhes que dão atenção ao lugar, ao ecossistema do lugar, às pessoas. Os vinhos verdes são dominantes, pelo óbvio. Mas há os vinhos das regiões que quisermos. E um spa. E uma piscina muito bonita, a ver o céu. E uma escultura que é o centro da casa principal e que é também uma homenagem aos trabalhadores das vinhas. E o silêncio todo que quisermos. E boa comida. E gente simpática. E quartos de um minimalismo quente, sempre e todos a dar para as vinhas. E verde. Muito. O de fora. E o que está em todos os detalhes dentro. O que quisermos desse verde-esperança que pode até dar nome a um lugar. Com o sítio, o livro que estava a ler por aqueles dias. Há sempre um livro a/para ler. Haja o que houver por fora. Por dentro, lê-se. Muito. E sempre. 
Deixo aqui as coordenadas para este lugar verde. 
E esta música. Aconteceu-me pela primeira vez no dia em que estive neste sítio. Pertence a esta página. 


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