Os últimos dias têm tido aquela cadência fast forward. Estranhamente, não sinto que o cansaço seja o essencial da narrativa destas últimas semanas da minha vida. Não sou mesmo do género de me queixar e acho só que a vida é uma benção enorme. Temos mais é de procurar ser felizes com os nossos meios. Por estes dias, encerrei capítulos, concluí projectos. Gosto imenso de dar início a coisas, daquele entusiasmo sem rede. Mas como adoro chegar ao fim:) Terminar. Dar por encerrado. Em termos muito objectivos e nos outros mais sujeitos a interpretações, essa é uma noção extremamente libertadora. Por outro lado, fiz e vivi coisas que há muito queria fazer e viver.
Nesses momentos de dar coisas por terminadas e de respirar fundo, um dos rituais é assim. Um creme que seja suficientemente creme para poder ser bebido. A sério que pelo meio de tudo, esta foi sempre uma noção tão libertadora como aquela de que falei no primeiro parágrafo. Aquilo de chegar a casa e fazer a minha comida, depois de cumpridos alguns passos essenciais para que a noite seja bem linda de viver. Um creme quente num copo de cerâmica e está-se mesmo em processo de pacificação. Sem sombras de fast forward:) Para tudo ficar melhor, um livro cheio de receitas inspiradoras e a minha revista preferida. Com uma homenagem dentro, nesta edição. Há vidas que são só marcantes. Do género de deixar lastro.
Creme branco de courgettes
4 courgettes médias (sem a casca) + 1 cebola + 3 dentes de alho + metade de uma folha de louro + 2 batatas + água, sal, azeite e pimenta preta q.b.
Primeiro, faz-se um refogado assim: um fio de azeite, a cebola cortada, os dentes de alho picados e a metade da folha de louro (sem o veio). Retira-se a folha de louro e acrescenta-se as courgettes depois de cortadas em pedaços e passadas por água corrente. Logo a seguir, as batatas. Mexe-se e acrescenta-se água até cobrir tudo, tempera-se com sal ao nosso gosto e deixa-se cozer até ferver. Depois de começar a ferver, deixa-se estar vinte minutos. Reduz-se a creme, acrescenta-se água, se necessário e rectifica-se de sal. No fim, depois de desligar o lume, um fio de azeite. Na hora de servir, o toque final da pimenta preta moída. Dá-lhe uma graça bem especial:)
Esta música. Porque sim. Quando gostamos das coisas é porque sim:)
Pois, eu gosto de vir aqui e de te ler só porque sim!
ResponderEliminarUm beijo.
És uma querida, tu. É recíproco.
EliminarUm beijo para ti.
Mar
Quando desligávamos o telefone, após as nossas longas conversas, lembrava-me imediatamente que não tinha comentado isto contigo. Fiquei triste por saber, quando li a nossa revista favorita de Maio. Mas sim, são vidas que deixam rasto. E beleza. Pensar assim. Este creme é tão apelativo. E tão simples. Hei-de reproduzi-lo tal qual. Um beijo
ResponderEliminarBabette
Acontecia-me o mesmo. Temos tido tão pouco tempo, que não falámos disto. Fiquei tão triste, no mês passado, quando li o editorial a dar notícia da morte dela. A AD é mesmo a "rasgar". As outras edições são mais ou menos um tédio. A edição castelhana é sempre surpreendente. Muito graças à Montse Cuesta. Mas fez escola, deixou um legado que vai ser continuado.
EliminarVais gostar muito deste creme branco. Já te conheço um bocadinho para saber que sim:)
Um beijo.
Mar