Apesar de.




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Pois. A chuva. Incontornável. Há demasiado tempo que é incontornavelmente persistente. A verdade é que, mesmo um espírito solar e optimista, acusa o cansaço. Sempre aquele cinzento. Sempre aquela água a cair do céu. Parece que temos de nos blindar, antes de sairmos dos sítios. Como se fosse uma guerra. 
Eu acho que cada um de nós tem as suas receitas. Infalíveis. Mais ou menos infalíveis. Sujeitas a avaliações periódicas. A adaptações. A questão é que parece que, face a tanta chuva e a tanta persistência, as receitas parecem ficar cansadas. E nós com elas. Ou então, não. Porque é quando tudo é mais cinzento, que é mais importante dar uns twists de cor. E sim, com aquela alegria solar que quer ser invencível:) 
O que é que eu faço, quando chove muito e durante tanto tempo? Gosto (ainda) mais de estar por aqui. E uma casa pode ser o melhor lugar do mundo, em dias em que chove e faz frio. Comida. Uma mesa cheia das cores que faltam à volta. E um vinho que parece ter sido feito para acompanhar esta entrada ligeira. Cheia de coisas que sabem bem. Apesar de todos os "apesar de", há sempre coisas que nos fazem bem. Em todo o caso, a chuva podia ir dar uma volta enorme:) 

Salteado de rebentos de soja com bacon, nozes e coentros

100 g de bacon (cortado em cubos) + metade de um pimento amarelo + 250 g de rebentos de soja (frescos) + sal, azeite, pimenta preta, coentros e molho de soja q.b. + um punhado de nozes

Numa frigideira ou num wok, colocar o bacon, o pimento e um fio de azeite. Deixar saltear durante uns três minutos. Juntar um pouco de molho de soja e deixar evaporar, salteando. Logo a seguir, juntar os rebentos de soja, um pouco de sal e um fio de azeite. Misturar bem e continuar a saltear durante 10 minutos, com a ajuda de duas colheres de pau. Pouco antes de retirar do lume, mais um pouco de molho de soja, os coentros picados e a pimenta preta. No momento de servir, as nozes picadas grosseiramente. 

E claro. Música. Mais persistente do que a chuva, a música. 


10 comentários:

  1. Muito má, esta sensação de já não aguentar muito mais chuva. Sei que temos de relativizar, de aceitar, de esperar pelo que há-de vir. Mas tanta paciência também se esgota. Ontem foi terrível, aqui no Porto. E entretanto como publicaste percebi que pelo menos havia luz e internet ;) Concordo em mandar a chuva dar uma volta bem grande. E que vá ter onde faça falta! Gostei do ar apetitoso desse teu recurso infalível a dias assim. E das cores que se adivinham ao seu redor. Boa semana! Apesar de.
    Babette

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  2. Bom dia "Mar",

    Não digo eu que este blogue é um refúgio nos dias de chuva?

    Só a Mar para manter um espírito de sol com este temporal!

    Eu detesto o Inverno e tenho medo deste tempo, por isso já não consigo.

    Acho que hoje ao jantar vou brindar ao Verão, chegue lá quando chegar!

    Espero que esteja tudo bem por aí, que o "Stephanie" não tenha estragado nada.

    Um beijo do Sul, também cinzento e molhado e..

    Sandra Martins

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  3. Olá Babette:

    Por todo o lado. Chuva e vento furioso. Aqui também. Por isso é que soube ainda melhor esta comida. E uma mesa em tons tropicais:) Falhou a luz durante uma hora, aqui. Um óptimo pretexto para espalhar velas pela casa.
    Hoje à tarde houve um bocadinho de céu azul, que eu reparei. Estava no meio de papéis e de telefonemas atarefados, mas reparei.
    E boa semana. Apesar disto tudo que chove.

    Beijo.

    Mar

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  4. Olá Sandra:

    Pode tirar as aspas de Mar:) O meu nome é assim partido ao meio desde pequena. Isa para a família e amigos de infância. E Mar, desde que o meu marido achou que era este o nome, algures pelos meus 20 anos. Nem de propósito, uma das minhas direcções de turma descobriu hoje este outro lado do meu nome. Perguntaram se podiam chamar-me de professora Mar. Amorosos:)
    Gosto dessa parte do refúgio em dias de chuva, mas acredite que a versão dos dias de sol é a que faz falta, por estes dias:)
    Até que gosto do Inverno. Até que sim. Só que deste, em particular, estou farta. Estamos todos fartos, não?
    Que também esteja bem, Sandra.

    Beijo.

    Mar

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  5. Olá Mar (sem aspas, então)!

    Hoje é para dizer que encontrei aqui no blogue a sugestão de leitura do livro "O Deus das pequenas coisas".

    Não conhecia mas, encontrei aqui na biblioteca.

    Terminei a leitura neste domingo de temporal.

    Lindo!

    O "Risco Vermelho" é que não há meio de chegar.

    Está encomendado na "Edita-me", tudo confirmadinho e nada.

    Tenho pena.

    Já agora, aproveito para dizer que vou fazer a mousse de frutos vermelhos (no meu caso serão framboesas, chegaram ontem bastantes lá a casa).

    Espero que a Mar não se importe que traga estes assuntos para a caixa de comentários nem que comente (ou fale...) mais do que uma vez.

    Um beijinho do Sul ( e sim, também farta deste Inverno!)

    Sandra Martins





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  6. Por aqui, igual: muita chuva, vento e nevoeiro. E também tem sido a casa o meu consolo. Acho que as pessoas que gostam de casa sofrem menos nestas estações mais sombrias. Mas mesmo nós estamos a ficar cansadas. Já chega, realmente. Amanhã, alerta vermelho para as Flores e Corvo. Dizem que o grupo Central vai escapar. Assim espero.
    Apetitosa, a tua refeição de conforto.

    Um beijo,
    Ilídia

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  7. Olá Sandra:

    Be my guest:) Se a interacção me causasse confusão, não mantinha um blog. Ou então, desactivava a possibilidade de as pessoas participarem destas mesas com comida e tudo o mais. É assim que as coisas são, no meu ponto de vista.
    Isso do livro, não faço ideia. Vou tentar averiguar, em todo o caso. Talvez o meu editor goste tanto dos livros que publica, que queira ficar com todos só para ele:) Nunca se sabe.
    Li esse livro de que falou há uns bons anos. Pouco antes de entrar na faculdade, creio. Foi uma altura meio mística, na minha biografia:)
    Completamente farta desta chuva. Mas a inventar o sol que puder. As pessoas andam um bocadinho tristes. Carentes de luz. Eu também. Mas acendo umas quantas velas, assim que chego a casa:) E faço o jantar. Amanhã logo se vê.
    Que lhe saiba bem, a mousse de framboesas. Um dos meus frutos preferidos.

    Fique bem.

    Mar sem aspas:)

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  8. Olá Ilídia:

    Nem mais. Mesmo com aquela vivência e com o sentido de casa, as saudades são (sempre) o que são. Neste caso, as saudades de sol.
    Estava a pensar na ideia de uma ilha, face a um temporal. As vossas ilhas estão aí, no meio do mar.
    Vais ver que isto vai passar e que vamos ficar todos (ainda) mais felizes com um dia de sol. Hoje marquei coisas na minha agenda para o mês de Maio. Soube tão bem pensar que nessa altura há-de haver sol:)

    Um beijo grande.

    Mar

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  9. Creio que o sentimento é geral, o cansaço deste inverno rigoroso! Sabe muito bem estar em casa mas é necessário alguma criatividade para o bem-estar interior não ser afetado pelo tempo.
    Haja comida com cor e reconfortante para que este inverno custe menos a passar!
    Graça

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  10. Olá Graça:

    Tem sido bem inclemente, o Inverno. Costumo dizer que parece que estamos todos de castigo:)
    E é difícil o exercício solar do optimismo, quando o céu está sempre cinzento. Por isso é que as coisas que nos encantam são ainda mais preciosas (e necessárias). Como a comida. O tempo que se passa à mesa.
    Em todo o caso, hoje está (finalmente) um dia de sol:)

    Um beijo.

    Mar

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