Céus.





























Um hábito. Dedicar atenção aos céus. Penso sempre que nunca são os mesmos. E não. O céu de hoje é um céu que nunca existiu. E sem hipótese de reedição. Tal como os céus muito azuis das imagens. Aconteceram. Guardei-os. Guardo sempre os céus dos sítios. À falta de melhor, ficam na memória. Mas quando dá para registar, ficam mais. E posso olhá-los as vezes que quiser. Gosto quando há aviões. Por pensar nas pessoas dentro. Nos sítios de onde vêm. Para onde vão. Tanto, nisso. As expectativas que terão, se estiverem a ir. O que terá ficado nelas dos chãos que pisaram, se estiverem a regressar. E parece tudo tão mais pequeno. Tão mais relativo, visto de lá de cima. Nós e as nossas questões. Nós e os nossos medos. Nós e os nossos desejos nem sempre materializados.
Os dois primeiros céus aconteceram num lugar designável. Sky Bar. Apropriada, a designação. A probabilidade de céu azul no último andar do Tivoli da Avenida da Liberdade. Ali, o que há mais é mesmo isso. Céu. Muito. O azul que quisermos. Não me lembro assim muito bem das outras coisas que havia neste lugar. Só me lembro do céu todo que ali estava. E de como parecia perto.

8 comentários:

  1. Também tenho o hábito de olhar para o céu e desperta-me a atenção cada vez que ouço um avião passar. Também gosto de olhar para eles e nesta época são vários os que aterram aqui.
    Curioso que a cor do céu em Lisboa é muito diferente da de cá. Aí costuma ser azul muito límpido, aqui tem quase sempre nuvens mas nem por isso deixo de gostar de olhar para ele.
    E assim nos marcam os lugares por onde passamos ou vivemos.
    Um beijo
    Graça

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  2. Olá Graça:

    Um encantamento muito inicial, esse de olhar os céus. Um traço que guardei de quando era pequena. A minha mãe conta-me que parecia andar sempre nas nuvens, de distraída:)
    Acho lindos todos os céus. Azuis como estes. Com nuvens brancas. Cinzentas. Também gosto quando parece que o céu está zangado. Ao contrário dos céus das imagens, que parecem só felizes com o mundo, de apaziguadores.
    Assim nos marcam os lugares. É muito isso.

    Um beijo para si. Um destes dias, hei-de ver os céus e os aviões daí:)

    Mar

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  3. Também gosto muito de céus, sabias? Um olhar rápido para cima. A ver se há estrelas, ou aviões, nuvens ou céu azul. Saber que sim, que há sempre um céu diferente no nosso caminho. E gosto muito do céu do amanhecer. A possibilidade infinita que nos promete. Um beijo já do Norte ;)
    Babette

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  4. Não fôssemos nós tão coincidentes:) E sim. A ver se há estrelas, aviões, nuvens. E sabes, apercebi-me de que os céus à noite são mais bonitos aqui. Em Lisboa não se consegue ver muito bem as estrelas. Nós até sabemos que elas estão lá. Só que há tanta luz cá em baixo. Acaba por perturbar um bocadinho.
    Feliz por estarem bem e de volta. Entre uma coisa e outra:) Dia mau, ontem. Cansativo. Vi a tua mensagem fora de tempo, já.

    Um beijo para todos. Bom descanso.

    Mar

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  5. "O céu de hoje é um céu que nunca existiu."
    E nessa imagem única,está muito do azul ou do cinzento com que a nossa memória o guardará.Para,talvez um dia,o reinventar.Talvez num outro tom.Talvez num outro espaço.Talvez num outro tempo.Altitude e latitude de uma outra circunstância.
    "E parece tudo tão mais pequeno",quando visto de uma outra perspectiva.Também maior.Depende muito das nuvens com que os ventos do acaso o possam manchar.Ou colorir.E quase sempre o acaso somos nós.

    Gosto do céu de fogo.No ocaso,sobre o mar.Imagem de sensualidade.A presença imponente do sol.Em traje provocante,antes de se deitar.Não há nuvem que resista.

    Bons ventos,céu límpido...e um arco-íris cheiinho de tons com brilho!!!
    Carinho
    Aurora

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  6. Depois de algumas tentativas frustradas, o blogger deixa-me comentar. Lindas, as tuas imagens do(s) céu(s). Moro perto da base das Lajes. E estão sempre a passar aviões. Daqueles enormes, verdes (devem ter um nome, mas não percebo muito de aviões:), às vezes, vários seguidos, de guerra. Era tão assustador, na altura da guerra do Golfo. Também me ponho a sonhar acordada quando vejo aviões. E fico a seguir o rasto branco no céu. Se passam de noite, ainda mais. As luzinhas a piscar adensam o mistério. Outro hábito é o de olhar para o mar. Adoro ver os barcos a mingarem, em direção ao horizonte.
    Um beijo,
    Ilídia

    P.S.: Hoje, o nosso céu está lindo. Muito parecido com o das tuas imagens. Estive na praia, de manhã :)

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  7. Olá Aurora:

    Talvez isto de olhar os céus seja reflexo de uma vontade de guardar as cores de cada um dos nossos dias. Sei que é assim desde que me (re)conheço como gente. De vez em quando há episódios. Há uns tempos distraí-me enquanto ia a conduzir. Por causa de um arco-íris. Mesmo bonito, que era. Um bocadinho de direito ao encantamento. O que eu gosto mesmo é do acaso de cada uma das variações possíveis dos céus. Como nós. Acasos.

    O meu carinho, também.

    Mar

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  8. Olá Ilídia:

    De vez em quando, estas coisas virtuais trocam-nos as voltas:) Os aviões que vês aí devem ter um carácter de proximidade enorme. Aqui nem tanto. Lá longe, que andam. E sim. À noite, aquelas luzes fazem pensar mais. De vez em quando, penso que são estrelas em trânsito. De viagem.

    Um beijo. Dias bons de praia. Estão quase, os meus dias de praia:)

    Mar

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