Ouvi dizer.



Ouvi dizer que é amanhã que vai chover. Gostava que sim. Muito. Qualquer coisa de queimar etapas, no Inverno que não houve. E saber que nem que chova muito a partir de amanhã, nunca será mesmo Inverno. Por estar tudo trocado. Porque isso do Inverno devia ter sido em Dezembro. E em Janeiro. E no mês que chega hoje ao fim. Ainda assim, queria muito que fosse verdade. E que chovesse amanhã. Enquanto se espera pela chuva, uma sopa daquelas que faz sonhar mais com a possibilidade de água na terra. Que está seca há demasiado tempo. A precisar muito de chuva. A ver se sim.

Creme de feijão manteiga

1 cebola + 2 courgettes médias + 1 batata + 200 g de feijão manteiga (pode ser em lata) + sal, azeite e salsa q.b.

Um refogado breve com a cebola e o azeite. Depois disso, as courgettes (sem a casca) e a batata. Água até cobrir. E logo a seguir, o feijão. Um pouco de sal. E fecha-se a tampa da panela, até ferver. Reduz-se o fogo, assim que sim. Passados vinte minutos, o tal creme. Creme mesmo. Sem nada de irregularidades. Antes de desligar, ver se é preciso mais sal e mais azeite. No momento de servir, salsa picada.

E está, o creme que pede chuva. Não há povos que dançam por chuva? E outras coisas? Eu peço água com uma sopa que gostava que chovesse amanhã. Que não fosse só uma coisa de ouvir dizer.

19 comentários:

  1. Mar,

    Este texto lembrou-me que durante muito tempo as minhas sopas ficavam amargas e não sabia porquê. Era por deixar a casca nas curgettes : ))

    Tive uma avó que dizia que a chuva limpava o mundo... faria aniversário esta semana, essa minha avó.
    Fazia umas sopas maravilhosas... como a sua sopa de chuva.
    Sopas mágicas.

    Venha chuva, então.

    Beijinhos,

    Jo

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  2. Olá Mar,
    Pode ser que sim, que chova, para animar quem gosta e que necessita dela. Apesar de não ter feito muito frio, tem chovido cá pelos Açores. Muito menos do que em anos anteriores, mas mesmo assim dá para regar as hortas.
    Não imagina o quanto gosto de creme de feijão! A minha mãe punha macarrão no creme. Fazia as minhas delícias e do irmão mais novo.
    Um bom dia amanhã, com chuva, se possível!

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  3. Não disse que apreciei o tabuleiro e a almofada turquesa! Um belo "cenário" para comida de conforto, à espera que chova!

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  4. Olá, Mar
    Até aqui, na terra onde chove muito, o tempo tem estado seco. É preocupante. Espero que a tua sopa traga a chuva :) Parece-me uma delícia, com a salsa a finalizar.
    Acabei de corrigir mais uma questão. Vou dormir, que já não estou a ver muito bem :)Ando cansada. Qualquer dia,ligo-te. Talvez no fim de semana.
    Um beijo,
    Ilídia

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  5. aqui pelo Porto o céu continua bem limpo... mas continua friooooo! Boa sugestão para aquecer e confortar!

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  6. Olá Mar!
    A chuva teima em não aparecer, ainda não é hoje. Dizem que será no fim de semana... vamos ver se ela vem!
    Beijinhos

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  7. : ) Mar,

    aqui na minha terra, choveu toda a tarde... uma chuva 'boa', certinha, em queda moderada, como se deseja para árvores e sementeiras.

    mais beijinhos,

    Jo

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  8. Corro o risco de parecer estar a copiar o primeiro comentário , mas também a mim este texto lembrou a minha avó, pela sopa de feijão, que só ela sabia acertar e fazer-me comer com vontade. Também ela tinha alguns ditados engraçados sobre a chuva, sobre a sua abundância ou a falta dela!
    A minha avó, a minha 'Velha Tigressa', como eu a chamava. Custa reler este meu pequeno texto e ver todos os verbos conjugados num tempo que já não volta. Ainda não me habituei, de tão recente ser a separação. Há três semanas, no auge dos seus 88 anos, partiu, em paz, sem dor, quem eu julgava eterna. Sim, conforta-me saber que teve uma vida cheia, feliz.
    Desculpa pelo desabafo e obrigada por me fazeres recordar o paladar daquela sopa de feijão que acompanhou a minha infância e depois, sempre que eu a pedia à minha Velha Tigressa... ♥

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  9. Olá Jo:

    Vou começar pela chuva com que foi abençoada. Uma sorte enorme. Aqui não. Este céu perto de mim não me deu chuva. Mas continuo persistente na vontade para que sim.
    Também me acontecia isso das sopas amargas. Percebi a origem. E sim, era por causa da casca das courgettes. Também percebi que quando a casca é mais delicada, isso não acontece. E uma outra técnica: partir em pedaços e lavar abundamente em água corrente.
    Tão lindo, isso da sua avó das sopas mágicas. Parabéns para o céu, então. Para a avó que dizia que a chuva limpava o mundo. Tão certo.

    Um beijo para si. Obrigada pela chuva que deixou aqui.

    Mar

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  10. Olá Graça:

    As nossas mães coincidem, nisso do macarrão. E nós as duas também, nesse gosto por creme de feijão.
    E aqui não tem havido água. Nem um pouco. Nem mesmo daquela muidinha, tipo orvalho. Nem mesmo dessa. Está tudo seco. Os campos estão secos. E os rios parados. Que bom que aí haja chuva.
    E foi um bom dia. Resolvi uma série de coisas que me andavam a chatear. Quase como se fosse chuva que limpa o mundo, como dizia a avó da Jo.

    Obrigada a si.

    Mar

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  11. Olá Ilídia:

    Já depois de termos falado. Muito, como é nosso hábito:) Já vi que sim, que mesmo na terra onde chove muito, não tem havido chuva.
    E pena a minha sopa não ter dado chuva. Não aqui, pelo menos. Mas sei que houve água noutros sítios. Ainda bem para esses sítios.
    E é estranho andar a usar coisas de Primavera sem que tenha havido Inverno antes. Parece que falta qualquer coisa.
    E vou pedir para acabares os teus testes, para poderes descansar. Talvez faça uma sopa e tudo:)

    Um beijo.

    Mar

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  12. Céu limpo no Porto. E frio. Aqui esteve o mesmo céu. Mas sem frio. Obrigada. Gostei de saber como estavam as coisas numa das minhas cidades:)



    Mar

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  13. Vamos esperar para que sim. Que haja chuva no fim-de-semana. Aí no seu paraíso. Aqui. E nos outros sítios todos.

    Um beijo.

    Mar

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  14. Estiveste bem, no teu desabafo. E olha, vou colocar-me na mesma circunstância: a minha avó morreu esta semana. Na segunda-feira de manhã. Não quero dizer coisas. Só isto. Que já não está cá. E que tenho pena de não conseguir associar um sabor à memória dela. Não fazia comida. Nada me sabe a ela.
    Tens sorte, por essas memórias. Ela está em cada uma das vezes em que te apetece creme de feijão. Ou outra coisa qualquer que para ti seja a tua avó.

    Um beijo com carinho para a minha happy single mother.

    Mar

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  15. É verdade, disseram que ia chover, mas pelo menos aqui na beira do mar não caiu uma gota. Mas as nuvens estão altas e cinzentas claro, com o sol a passar de vez em quando e a deixar o mar de prata.
    Essa sopa pede mesmo inverno, tempo frio e húmido que se vier, já só virá fora do tempo. Boa lembrança, a da sopa de feijão.

    Beijinhos grandes
    da Pipinha

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  16. Ouvi dizer que vai ser neste fim-de-semana, que a chuva vem sem timidez. É mesmo precisa. A terra está sôfrega. Um creme de feijão também é coisa de terra, de casa. Muito bonito o cenário azul em que ele repousa. O livro. O bocado de uma almofada. Os guardanapos do sítio do costume. O tabuleiro em roda do qual tudo se compõe. Já te disse que gosto muito destes teus tabuleiros de madeira?...
    Um beijo de bom fim-de-semana.
    Ontem mais um dia difícil... Hoje melhor. Depois falamos, minha linda.
    Babette

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  17. Olá Pipinha:

    Apeteceu uma sopa daquelas do tempo de muita chuva. Creme de feijão é assim. Sopa que é de chuva. Acabou por acontecer. No sábado, acordei com chuva. E aquela minha felicidade de criança. Fui lá fora ao jardim, que estava ansiosa por ver tudo cheio de água. E sim:)

    Um beijo. Já depois de teres estado aqui. Tinha saudades, sabias?:)

    Mar

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  18. E ouviste bem:)Houve a chuva que nós e a terra queríamos. Bem no início do fim-de-semana.
    É lá fora, na casinha de vidro. A imagem é ali, no sítio onde os nossos meninos almoçaram todos juntos.
    E acho que nunca disseste isso dos tabuleiros. Mas dou-me conta de que tenho vários. Mesmo que não seja assim uma ideia de colecção. Este é de chá. Japonês. Muito ligeiro. Repousou um bocadinho junto da almofada turquesa onde apetece adormecer.

    Um beijo da tua amiga Mar.

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