Nunca. E um nome:)





























Nunca tinha comido chili. Nunca percebi ao certo porquê. Mas nunca tinha provado. No entanto, dizia que não gostava. Estranho. Dizermos que não gostamos de uma coisa antes mesmo de a termos provado. E embora não consiga realizar muito bem porquê, a verdade é que andei estes anos todos sem saber a que sabia chili. Uma ideia vaga. De ser picante. Intenso. Pesado. Mas era uma ideia. Sem nunca ter tido direito a concretização. Mas aconteceu. Aos trinta e um anos, descobri finalmente a que sabe chili:) Muito tempo, para que uma ideia resultasse em concretização simples. Mas sim. E por ter sido feito pelas mãos de uma amiga. Que chegou à minha porta com uma caixinha que me soube a comida de mãe. Não era nada perturbador, o sabor. Não era assim como eu tinha antecipado. Era comida quentinha de mãe, afinal. E então, agradeço-lhe poder dizer que já provei chili. E entretanto, até fui capaz de reproduzir a receita. Sem deixar que o sabor fosse com aquela intensidade spicy que fez com que estivesse tanto tempo a dizer nunca:) Dizer nunca é muita coisa. É muito definitivo. E as coisas definitivas não existem. Deixarmos de dizer nunca ensina-nos coisas muito elementares. Coisas assim como dizer talvez em vez de nunca.

A receita:

500 gramas de carne picada + tomate cortado em pedaços (2 ou 3) + 2 pimentos padrón + 1 cebola picada + 1 lata de feijão preto + azeite, vinho branco, sal e pimenta vermelha moída.

A cebola, o tomate e os pimentos (eu fui prudente e retirei as sementes, para os tornar mais inofensivos:) em azeite. Deixa-se um bocadinho ao lume e junta-se a carne picada, o vinho branco (um copo meio cheio) e o sal. Fica ao lume o tempo suficiente para que a carne fique cozinhada (15 minutos). Junta-se água, se for necessário e o feijão preto. Acrescenta-se sal, se for preciso e a pimenta. Pode servir-se com tortilhas ou com arroz branco. Ou sem nada. É substancial o suficiente para ir à mesa sem companhia, o chili que eu nunca tinha provado:)

O nome é o do gatinho que não tinha isso de um nome. Agora sim. É Milky. E acho que decidiu mesmo ficar por aqui. E responder pelo nome. Milky.

8 comentários:

  1. Um nome muito adequado... soa bem... a minha cadelinha de nome Niska está grávida... ontem fui com ela fazer a ecografia... e é oficial, vou ser avó... o problema é que não sei quem é o pai...

    Eu também nunca comi chili, pelos mesmos motivos... mas um dia vou experimentar...

    Votos de um excelente fim-de-semana!!!

    A vida é bela :)

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  2. Com 37 anos a bater quase à porta -cheios de saúde e alegria de viver - posso dizer que já provei chili e que adoro. Digo, adoramos. Para as minhas duas crianças, fãs da carninha picada e do feijãozinho, faço uma versão mais leve, onde incluo menos picante. Tem de ser. E sirvo-o escondido dentro de tortilhas mexicanas levemente aquecidas na frigideira.
    E as carinhas dele e dela expressam conforto e satisfação.
    E nós esperamos nada estrague esta felicidade. Nunca.
    Aqui fica o nunca,um processo implícito de algo que sabemos mas que não queremos que seja definitivo.
    Um beijinho
    Patrícia

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  3. Olá Milky ;) Bem-vindo à família da Mar ;)
    Não devemos (mas quantas vezes o fazemos) partir do não. Que não gostamos sem provar. É por isso que quero ir contigo ao Mendi ;) Porque vais descobrir comida saborosa sem ser muito picante. Aquilo que atribuímos por defeito à comida indiana. Ou à mexicana.
    Um beijo de sábado que teve trabalho de manhã. Mas que correu bem. Passei a mensagem. O mais importante...
    Babette

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  4. Olá Mar,

    Também nunca comi chili. Porquê não consigo explicar. Porém posso dizer que nunca me atraiu a mistura. Depois desta sua entrada talvez experimenta.

    Um beijo

    Fa

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  5. Olá Sophy:

    Parabéns pela tua gatinha:) Decidi-me por Milky porque é do que ele gosta mais. Vem sempre em busca de uma tacinha de leite. Sabes o mais curioso? Nunca pensei vir a gostar de um gato. Os cães sempre me pareceram mais francos, mais de gostar. Mas até que estou a achar piada a este jogo de conquista:)

    Um beijo para ti. Já no final do fim-de-semana. Que foi bom:)

    Mar

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  6. Olá Patrícia:

    O António também adorou. Dei-lhe a provar a medo ( a versão inofensiva:). E ele gostou muito. Vou experimentar a sua ideia com tortilhas aquecidas. A ver se é assim como com as suas duas crianças que se sentem confortadas a comer chili.
    Gostei muito do acrescento que deu ao nunca. Gostei muito do seu nunca. E partilho-o.

    Um beijo com carinho. Para si e para as crianças que gostam de chili:)

    Mar

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  7. Olá minha Babette:

    Sabes que adorei a descrição que fizeste do Mendi. Há dias estava a ler um texto sobre o teu restaurante indiano no Porto. E tive ainda mais vontade de conhecer. E sim. Tem de ser contigo. Já percebi que há uma série de ideias feitas a propósito deste género de comida. A ver se as desfaço. E se as substituo por ideias feitas por mim:) Numa quinta-feira ou assim. Ir ao Porto para comida indiana com a Babette.
    E o Milky já é oficial. Anda pela casa, como se sempre tivesse existido aqui. Ontem andava a esconder-se numa estante, atrás dos livros. Achei tão amoroso ver os olhinhos dele por entre os livros.
    Só podia ter sido assim. És do género de passar mensagens. De certeza que terão sido todas acolhidas, as tuas mensagens de sábado. E mais orgulho, que tenho. Em ser tua amiga.

    Um beijo de domingo.

    Mar

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  8. Olá Fa:

    Acontecia o mesmo comigo. Não sabia porquê. Mas era irrecusável, desta vez. Uma amiga muito querida ofereceu. Melhor assim. Que gostei muito. Pode ser que aconteça o mesmo consigo:)

    Um beijo.

    Mar

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