Porque sim.



Para celebrar alguém que gosta de cores e que tem olhos azuis. E para mimar duas outras pessoas. O convite para um chá. Numa sexta-feira ao final da tarde. Uma introdução ao tempo sem tempo que vem com o final da semana.
Uma mesa carmim, por se querer dar cor vibrante ao encontro de final de tarde. Um serviço de chá sem delimitação no tempo. Bules de prata que nunca têm grande descanso, de tão quotidianos. Flores muito perfumadas. As frésias que havia no jardim. Bolinhos de cenoura. Sandwiches breves de salmão fumado. Chá preto de violetas. Uma tarte de côco. E toda a conversa demorada que cabe num final de tarde, entre paredes de vidro, num jardim de Inverno. Mesmo a tempo de chuva. Mesmo a tempo de nos sentirmos acolhidos pelas paredes de vidro. Lá fora, muito verde. Verde com água de chuva. E lembrar sempre que a vida é melhor quando nos damos generosamente. Ser dádiva. Ser gestos que se dão com alegria e ternura.
Uma mesa porque sim. Um chá porque sim. Bach porque sim. Por apetecer o som de cravo. Música em fuga. As fugas de Bach num universo condensado de vidro. Uma antecipação bela do que está para vir.

12 comentários:

  1. Um belo lanche de fim de tarde. Que pressupunha Primavera, mas que afinal teve chuva. Num início de fim-de-semana bom, ainda que com pingos e várias outras coisas ; ))
    E uma mesa que irradiava beleza e requinte!...
    O prato alto de dois andaresé lindo(não tenho nenhum, sabes?.... é um desejo! E a mesa tão bem recheada. Tão bem que fica o azul com o carmim. E Bach. Que passei a adorar pela mão do amor ;) Que para mim é música perfeita. Que até tem matemática implícita! Um dia explico-te... Que bem que eu lanchava aí!

    ResponderEliminar
  2. Olá, Mar
    O convite para um chá, em casa, é coisa rara nos nossos dias. Preparar uma mesa para o efeito com todos aqueles elementos que até temos em casa e que raramente usamos, é algo ainda mais raro. Falta-nos "o tempo sem tempo" que a Mar refere. Encaro esta sua entrada como uma lição de vida, uma chamada de atenção que me tocou e que agradeço. bjs

    ResponderEliminar
  3. Olá, Babette e Mar
    Esqueci-me de referir que também ando a sonhar com um prato de dois andares.
    bjs

    ResponderEliminar
  4. Olha a tua mesa carmim! As fotografias saíram dos quadradinhos e apareceram! A tua sala cá fora, que é de vidro e de jardim!
    Hoje no caminho, a Mónica Mendes repetiu muitas vezes, que amanha ja volta o tempo bom :)

    ResponderEliminar
  5. Um lanche com chuva, este. Queria que tivesse sido com sol. Mas ele fugiu, mesmo antes de as minhas convidadas chegarem:) Mas tornou-se de aconchego, o final de tarde de sexta-feira.
    Bach também é sinónimo de amor. Um compositor que me era complicado, a que não aderia de imediato. E sim, a parecer matemática:) Estou curiosa em relação à tua explicação de pianista.
    Um dia sim. Um dia vai ser lanche para a Babette. No jardim muito verde. Mas gostava que houvesse sol:)

    Mar

    ResponderEliminar
  6. Mar, que é tão linda como o nome:
    Fiquei encantada com a beleza da sua mesa! Empresta a todos um bocadinho das suas propostas, desperta a lembrança do que temos e raro usamos ( alguém me ofereceu um dia um prato branco de porcelana inglesa de 3 andares, sabemos quem é!) e enfim, faz com que passemos aqui sempre com muita alegria e admiração.
    Beijinhos e oxalá o tempo melhore!

    ResponderEliminar
  7. Olá Fa:

    Esta era uma daquelas coisas que vinha sendo adiada. Uma daquelas coisas de "um dia". Sabemos todos como são. E então, do nada, convidei. E foi tão fácil, afinal. Juntar quatro pessoas e servir chá.
    Uma pequena lição para mim. Que não gosto de adiar coisas. Por saber que o tempo pode acabar de um momento para o outro. Just like that. O meu e o dos outros. Ainda bem que pôde ser partilhada. Agradeço eu. Muito e sempre.
    E o chá faz-me lembrar a Fa. Por saber que gosta muito:)

    Mar.

    ResponderEliminar
  8. Olá Pipinha:)

    Por esta altura estás nas Caldas. E deixaste frésias brancas aqui. Obrigada pelo perfume das flores de que gosto muito. Obrigada pela nossa conversa.
    E também tu gostas muito da casa que é de vidro. No meio do jardim.
    Tão bom pensar em bom tempo. A precisar de sol, que estamos todos.

    Mar

    ResponderEliminar
  9. A minha querida e luminosa Lusitana:)

    Fiquei tão contente por se ter lembrado de um objecto que não era usado, a propósito de uma das minhas mesas. Gosto sempre da possibilidade de vida renovada que há nesses objectos que estão arrumados, em descanso. À espera de dias que às vezes não vêm. Ainda bem que evocou um prato branco de porcelana inglesa, este chá de sexta-feira.
    Obrigada pela doçura das suas palavras:)

    Um beijo. Também à espera que o tempo melhore.

    Mar

    ResponderEliminar
  10. Fa e Babette:

    O prato de três andares "aconteceu-me". Literalmente. Na Feira de Velharias, em Aveiro. Vi-o ao longe, pronto a ser embrulhado de modo displicente. E quis torná-lo meu. Para que estivesse nas mesas de chá. Com bolinhos e doces.
    Um bom achado, portanto. Uma coisa que aconteceu.

    Um beijo.

    Mar

    ResponderEliminar
  11. Querida Mar, que mesa linda e requintada:)

    ResponderEliminar
  12. Obrigada, minha querida Manuela. Pelas palavras afectuosas. A minha mesa foi um presente para uma pessoa. Que bom que ela tenha sido essas coisas que escreveu:)

    Mar

    ResponderEliminar

AddThis