Less is more.



Num dia luminoso como o de hoje, apetece reparar nos pormenores das coisas pequenas. As que estão sempre debaixo do nosso olhar. Sempre e tanto, que nem damos por elas. Depois do pequeno-almoço, o sol que havia cá fora. No jardim. Demorar-me a olhar as minhas árvores. Só para ver se estão bem. As folhas caídas das magnólias e das camélias. As flores que me dizem que está quase. Quase os dias de sol. Quase o perfume persistente das flores. A invadir tudo. A tomar conta de tudo. Como a música. Que desencadeou a mesa. Intro, The XX.
Tinha que ser cá fora, a mesa de hoje. Quis que fosse branca. A loiça, a toalha, as cadeiras. Uma em especial, por ser tão escultórica. Her, de Fabio Novembre. Inspirada nas outras de que gosto muito, as Verner Panton. Muito branca, a mesa de Domingo. Quase diáfana, de tão branca. Uma mesa branca cercada de verde. E um almoço leve. Massa, vegetais de tamanho reduzido e queijo cheddar. Uma massa emoldurada em pratos brancos e largos. Como é que diz aquele princípio minimalista? Less is more.

Receita para uma massa less is more:

Massa penne rigate + 4 fatias de bacon + 8 cenouras baby cortadas às rodelas + 1 pimento doce (laranja) + 20 espargos em miniatura + 1 cebola vermelha + azeite, sal, vinagre balsâmico e molho inglês a gosto + o que quisermos de queijo cheddar.

Antes, coze-se a massa em água, sal e um fio de azeite (durante 11 minutos). Entretanto, dedicamo-nos pacientemente a cortar os vegetais (excepto os espargos). Faz-se um salteado simples. Primeiro, só com o azeite. Depois, um pouco de sal, o vinagre balsâmico e o molho inglês. Envolve-se bem os vegetais e deixa-se saltear (não muito). Quando a massa estiver pronta, passa-se por água fria e deixa-se em repouso num escorredor, até retirar o excesso. Junta-se depois aos vegetais e envolve-se tudo com cuidado, acrescentando mais sal, azeite e vinagre balsâmico. Serve-se em pratos fundos, com lascas de queijo cheddar por cima.
Muito simples, de tão minimalista, a massa less is more. Como a música limpa dos The XX. E a mesa branca posta cá fora, no meio das árvores e das pedras.

10 comentários:

  1. Uma mesa recheada de branco.Emoldurada pela forma orgânica da Her.(Também tem a Him?).Adivinho também as S-model de Panton...O aroma inebriante de duas frésias brancas...À volta, a Natureza...e a musicalidade e doçura das vozes dos XX...É esta a imagem que faço do paraíso.Tão terreno e tâo etéreo!Tão à mão e, tantas vezes,tão difícil de compor!
    Fragmentos da Mar para amar.
    Que esta imagem lhe encha a semana de trabalho. Que a faça correr todos os fins de tarde para os braços daqueles que, sentados nessas cadeiras d´amar, são a causa e a consequência de toda a luta diária.
    Boa semana de trabalho com dias de liberdade à vista!
    Beijinhos
    Emília Melo

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  2. Olá Emília!

    Tem razão, uma forma orgânica. Não, não tenho a Him. Adorei esta, exactamente pelas formas. Encontrei-a no Porto, numa galeria da Miguel Bombarda. Teve que vir fazer companhia às Panton:) Muito bonita a sua sensibilidade. E o acolhimento às referências que me são gratas. A arte, a música, as flores, as àrvores. Fragmentos que são para amar. Um pouco meus.
    E sim, esta semana de trabalho vai ser iluminada por esta imagem branca. Para que, ao final da tarde, apeteça sentar nas cadeiras brancas. À mesa composta com coisas da Mar:)

    Uma boa semana para si também.

    Um beijo da Mar.

    PS: Ontem fui outra vez a Aveiro, depois da mesa branca. E encontrei mais objectos lindos, que pareciam perdidos. Já encontraram um lugar certo. No seguimento de uma referência que aqui deixou há algum tempo, a propósito da Feira de Velharias. Obrigada por isso.

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  3. Olá, Mar
    Adorei a mesa branca no contraste com o arvoredo e a cadeira escultura, enfim, um cenário digno de uma grande pintora da vida - a Mar.
    bjs

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  4. A Fa e a Emília fizeram comentários lindos à tua mesa!... Já viste que o ano ainda agora começou e amanhã já estamos em Março? No mês da Primavera?.... Passam os dias. E tu fazes sentido deles. Mesmo (ou sobretudo) quando o less is more!...
    Babette

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  5. Pintar a vida. Uma formulação de fada. Da Fa.
    Esta cadeira merecia mesmo ser guardada aqui. Uma escultura.
    Lembrei-me de si, quando estava a pôr a mesa. Por ter dito em tempos, que gostava das minhas mesas brancas. Coisas que ficam, que parecem imperceptíveis. Mas de que nos recordamos, que evocam as pessoas. Pessoas como a Fa.

    Um beijo da Mar.

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  6. Sim, coisas lindas, formuladas por pessoas lindas. Aqui guardadas. Amanhã já é Março. Um dos meus meses preferidos. O mês da Primavera. Ansiosa pelo dia 21. Com um jantar marcado para esse dia. Uma homenagem a uma pessoa que também gosta da Primavera e das cores que ela traz.
    Gosto que os dias passem, minha amiga doce. Ainda que eu não adivinhe a direcção que tomam. Ou principalmente por isso.

    Um beijo de fim de dia.

    Mar

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  7. Interessam-me sempre os teus miminhos que tenham massa. Porque sei que serão sempre o plano perfeito aqui em casa. Mesmo sem os espargos, que a menina com nome de Princesa (como carinhosamente a baptizou a Tia Mar!) resiste aos verdes sempre que pode.
    Vingo-me na sopa, hábito diário, que ela vai tolerando, mas sempre a fazer lembrar a revolucionária Mafaldinha de Quino... ;)

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  8. E eu lembro-me sempre de ti e da tua menina-princesa, sabias? Porque a Leonor gosta de massa. Porque a mãe da Leonor gosta que a filha goste de massa. E eu lembro-me das duas.
    O António não gosta de espargos, também. Lembranças da barriguinha de grávida, talvez. Eu enjoei de espargos:)
    Também eu gostava da Mafaldinha revolucionária. Mas comia a sopa toda. Obediente a uma mãe que não era sensível a argumentações. Nem mesmo da Mafaldinha:)

    Um beijo para as duas. Da Tia Mar:)

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  9. Muito bonitas as suas cadeiras. Confesso que por questões de, digamos, tamanho, teria algum receio de me sentar nelas. Existe uma cadeira de Panton de que gosto particularmente, mas não sei o nome. Mais uma mesa simples, a aguardar a exuberância da Primavera.
    Boa semana.
    Sandra

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  10. Ainda bem que gostou. Das cadeiras. E da mesa simples, que aguarda a exuberância da Primavera.

    Um beijo cheio de carinho. E acho que, independentemente do tamanho, poderia sentar-se nas cadeiras da Mar:)

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