A luz de Setembro


Apesar do título poético, vou falar de coisas bem práticas. Mais particularmente de uma maneira de termos sempre a possibilidade de ter um jantar rápido e muito de casa. Eu posso ser capaz de me dedicar durante horas a preparar uma refeição. E de ir experimentando coisas. Mas também sei que por mais que se procure ritualizar, há dias em que simplesmente...não dá. Então, a melhor maneira de não nos sentirmos mal, depois de um dia cansativo, é reinvindicarmos o nosso direito a ter uma refeição acabada de fazer, quentinha:). E vinho. E pão fresco colocado no forno, para ficar ainda mais estaladiço. Frango e peru. Carne branca, que se faz muito rapidamente. Que não precisa de grandes temperos antecipados. E que pode ser conjugada com quase tudo. Um dos meus recursos para os tais dias em que não dá. E então, devagar, à medida que se vai cortando legumes, a vontade de fazer comida regressa. Basta um pouco de sal e de sumo de limão, para temperar a carne. E deixa-se descansar durante meia hora. Depois, vem só a parte terapêutica: cortar cenouras, beringelas, courgettes, cogumelos frescos (que não devem ser lavados, para não absorverem a água), pimentos. O que se entender. Ou o que houver. A seguir, coloca-se azeite numa frigideira e a carne, para ficar dourada. Deixa-se estar durante uns dez minutos. Retira-se e faz-se os vegetais. Quando estiverem no ponto, voltamos a juntar a carne e deixamos cozinhar mais um pouco. Depois é ter arroz branco, muito solto. E o tal vinho. Que neste dia era do Dão. Com o nome de Raro. E consegui um bocadinho da luz de Setembro nas minhas árvores. Junto a um fragmento de pedra sem idade.

3 comentários:

  1. E´isso mesmo!
    É muito importante ter aquelas receitas que parece que saem do fundo da cartola!
    Gostei muito desta!
    Beijinhos!
    CAtarina

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  2. São as chamadas receitas de mãe despachada, não é?

    Um beijo

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  3. É isso mesmo, nao deixa de ser magia o que as mães fazem com o tempo, ou a falta dele.
    Mas ninguém dá por nada, só elas.
    No fim está tudo bem, e nem parece que não se tinha pensado em nada para aquele jantar.
    Beijinhos, mãe Isa
    da Pipinha

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