São muito frágeis, as edificações. Por mais sólidas que até pareçam. Mas prontas a ruir. De um momento para o outro. Blocos sucessivos. Matérias mais ou menos perenes. E tão nostálgicas de solidez, no fundo. E saber o tempo todo que o detalhe está em querer a edificação. Ainda que se saiba da possibilidade de desmoronamento. Podíamos ser mais gramaticais, nós. A ver se se resolvia o problema. Passávamos a poder ser polissémicos ou uma outra categoria qualquer. Ou se calhar não. Se calhar, não.
Uma descontrução só, a mesa de aniversário dos sete anos de vida do meu filho. Mas a partir do que conheço como ninguém. Que gosta de blocos de madeira. E de edificações impossíveis. Ou só possíveis aos sete anos. E por conhecê-lo como ninguém, as maçãs. Os frutos preferidos dele. Depois das maçãs, um bolo branco por fora e de iogurte por dentro. Tal como ele gosta. Na base de tudo o que foi edificado, o azul. Por dizer todas as noites que vai ter sonhos azuis. Diz que os meus serão em tons rosa. Mas que os dele vão ser azuis. Sonhos azuis para o António, então. Sempre azuis. Como os céus que gosta muito de fotografar. Também gosta de guardar o que nunca mais pode ser, o meu filho. Como um céu azul. Ou uma lua muito inteira. E está certo. Ele gosta assim.
Muito bonita a mesa dos 7 anos do seu filho, com aquilo de que ele mais gosta. E é tão simples dar estes pequenos mimos, que muito significado têm e registá-los para que fiquem bem guardados na memória por não mais existirem.
ResponderEliminarA sua alegria e felicidade transparecem nas linhas que escreveu!
Uma mesa linda, a do teu António com 7 anos. E sim, já pude constatar como o António gosta desses blocos. Que podem ser tanta coisa. Construções tão altas. Ou tão baixas. Ou tudo o que se quiser. Sempre com o céu azul por cima e uma toalha por baixo... São esses os meus desejos...
ResponderEliminarBabette
É tão bom, fazermos tudo a pensar neles... nos seus gostos, nas coisas que os fazem felizes. E é tão bom e tão fácil fazê-los felizes... É o que eu tento fazer todos os dias às minhas meninas (a mais nova tem sete, tal como o seu António, a mais velha já é uma pequenina mulher, de 15 anos).
ResponderEliminarbeijo
Sete é o número perfeito, dizem os entendidos. Eu disso nada entendo, apenas consigo ver perfeição nesta mesa, nestas tuas palavras, nesta doce relação entre uma mãe borboleta e o seu filho aventureiro, que gosta de maçãs e de céus azuis...
ResponderEliminarBem simples, os mimos. Tenho aprendido isso de muitas maneiras. Com os meus afectos. De vez em quando, complico. E penso que é preciso muito. Mas depois, apercebo-me de que não é preciso demasiado, quando se sente tanto. Foi assim, com a mesa do meu filho. Blocos de madeira, maçãs e azul. E sim. Alegria e felicidade. Muita. Pela vida dele na minha.
ResponderEliminarObrigada, Graça.
Olá minha Babette:
ResponderEliminarSim. Houve construções, quando os teus meninos andaram por aqui. Muito bonitas e altas. Vieram buscar-nos ao terraço, enquanto falávamos. Naquela alegria ruidosa das crianças. Para vermos as construções que tinham feito.
Para a próxima, também ponho uma mesa azul para eles. E pode ser que esteja um céu azul por cima:)
Um beijo para ti.
Mar
Sim. É uma coisa de todos os dias. É o "todos os dias" que sustenta este dia que foi só dele. Não fazia sentido de outra maneira. Não acredito em celebrações circunstanciais, delimitadas no tempo. Com um princípio e um fim anunciados.
ResponderEliminarE um beijo para as suas duas meninas. Ponho-me a pensar no António com quinze anos. De certeza muito mais alto do que eu. Da altura do pai. É bom pensar para a frente. Mesmo quando se acha que não se deve contar com uma certeza tão grande. Mas acreditar nessa possibilidade é encantatório por si.
Um beijo para si.
Mar
Nem me tinha ocorrido. Mas sim. É tido como uma representação para a perfeição. Esta foi a perfeição possível. Mesmo cheia de imperfeições e limitações. Mas o facto de ter estado dedicada a estas edificações transitórias, naquele final de tarde, faz-me bem. Consegui dar-lhe isso. E outras coisas de que gosta. Para o meu filho que gosta (mesmo muito) de maçãs e de céus azuis.
ResponderEliminarUm beijo.
Mar
Espero que o dia de aniversário do seu filho tenha sido mágico e azul, desde o ceu até à mesa, passando pelas coisas no intermédio.
ResponderEliminarO seu filho tem predilecção por construções de madeira ou construções em geral? Estava a ler o seu texto e lembrei-me de umas pecas de construção que acho muito interessantes apenas constituídas por esferas metálicas e paus mais ou menos coloridos com imens (com polo negativo e positivo), mas que também podem conter painéis. Conhece a marca Geomag (http://www.geomagworld.com/en)? São essas as peças a que me refiro.
A mesa está muito bonita e reflecte todo o carinho e atenção que um filho merece sempre mas que é ainda mais especial no dia do seu aniversário.
beijinho
Olá minha turista:)
ResponderEliminarEstive a ver o site das peças de que falou. Fiquei encantada. Ele gosta de construções de todos os tipos. Com os materiais que houver. Como eu. Deve ser uma daquelas coisas da genética:) A minha mãe oferecia-me sempre legos ou puzzles. Até há bem pouco tempo:) Obrigada por ter dado a conhecer mais maneiras de edificar. Ele vai adorar, estou certa. E por ter esperado que o dia do meu filho fosse mágico e azul. Com todas as coisas intermédias. Acho que conseguimos isso. Acho que sim.
Um beijo de obrigada.
Mar
PS: Já consegue deixar comentários:) Conseguiu perceber qual era o problema?