Em Santiago de Compostela, este sítio. Muito, muito este sítio. O primeiro motivo é o que, para mim, é sempre o motivo. A comida. É esse o dado que determina o verbo maravilhoso que é o verbo voltar. E, no caso destas páginas, determina também o verbo escrever. Por isso, o lugar grato que é o Casa Marcelo passa agora (e finalmente) a fazer parte dos lugares aqui, depois desta referência prévia. As coisas têm sempre um tempo certo.
O conceito deste sítio assenta no princípio bom de partilhar. E, se assim o decidirmos no início da refeição, o de sermos surpreendidos pelo que o chef quiser enviar para a nossa mesa. É bom escolher, mas, para uma primeira vez, é ainda melhor entregarmos o andamento da refeição às pessoas da cozinha. Há algumas questões prévias que são colocadas, no caso de optarmos por não escolher a partir da ementa. Alergias, intolerâncias alimentares. Coisas assim. Se estiver tudo bem, é uma surpresa constante. Os pratos vão surgindo a bom ritmo. E vamos percebendo como a comida é mesmo a melhor e a mais deliciosa das confluências. Nuns pratos, percebemos que a matriz é galega. No momento a seguir, seguimos viagem para o sul, para a Andaluzia. Quando achamos que estamos a perceber a cena, um bocadinho de Ásia. E Oriente. E América do Sul. E tudo junto, em alguns momentos. Sem que consigamos estabelecer fronteiras ou delimitações. E isso está certo. Não conseguir (ou não querer) traçar linhas. E deixarmos ir. Deixarmos andar. Gostarmos só desse espírito lay back and enjoy the show.
Outro dado curioso é que, ao mesmo tempo que sentimos que há um olhar muito contemporâneo, muito (re)criativo sobre a comida, também sentimos qualquer coisa de comida de mãe, de avó. A estética remete para reinvenção, reinterpretação, mas o sabor devolve-nos memórias de infância. Senti isso em dois momentos em particular. Numas batatas simples, com ovo e bacon e no peixe frito. Comida a saber a comida de mãe. E, no dia destas imagens, o facto de estar com a minha mãe e de também ela estar a deliciar-se e a surpreender-se com as coisas maravilhosas que saíam da cozinha frenética e à vista de todos do Casa Marcelo. Levei-a lá a pensar que ela não iria achar grande piada, por ser uma daquelas cozinheiras conservadoras, de mão cheia, como se costuma dizer. Mas a minha mãe muito à frente, que já fez duas vezes o Caminho de Santiago sem olhar para trás, adorou o Casa Marcelo e disse que queria voltar. Um bom sinal só por si, esse querer voltar. E sim. Voltamos sempre e muitas vezes a Santiago de Compostela. E à comida deliciosa do Casa Marcelo.
Deixo aqui as coordenadas para este sítio, que fica numa das cidades mais especiais da minha geografia interior.
A música é esta. Música que pede (mesmo) para dançar.
Outro dado curioso é que, ao mesmo tempo que sentimos que há um olhar muito contemporâneo, muito (re)criativo sobre a comida, também sentimos qualquer coisa de comida de mãe, de avó. A estética remete para reinvenção, reinterpretação, mas o sabor devolve-nos memórias de infância. Senti isso em dois momentos em particular. Numas batatas simples, com ovo e bacon e no peixe frito. Comida a saber a comida de mãe. E, no dia destas imagens, o facto de estar com a minha mãe e de também ela estar a deliciar-se e a surpreender-se com as coisas maravilhosas que saíam da cozinha frenética e à vista de todos do Casa Marcelo. Levei-a lá a pensar que ela não iria achar grande piada, por ser uma daquelas cozinheiras conservadoras, de mão cheia, como se costuma dizer. Mas a minha mãe muito à frente, que já fez duas vezes o Caminho de Santiago sem olhar para trás, adorou o Casa Marcelo e disse que queria voltar. Um bom sinal só por si, esse querer voltar. E sim. Voltamos sempre e muitas vezes a Santiago de Compostela. E à comida deliciosa do Casa Marcelo.
Deixo aqui as coordenadas para este sítio, que fica numa das cidades mais especiais da minha geografia interior.
A música é esta. Música que pede (mesmo) para dançar.
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