Coincidência.
































Aquilo que nos liga (ou não) às pessoas é insondável. Pode ser um abismo, de incompreensível. Ou não. Pode ser uma mesa. Tão simples quanto isso. Uma mesa.
Os destinatários da mesa das imagens são muito. E eu queria que todas as mesas fossem possíveis, para eles. Se soubesse como, juntaria tudo aquilo que significa beleza. Não deu para todas as mesas numa só. Mas deu para uma cadência que obedeceu a uma lógica afectiva muito interior. A querer ser exterior, explícita, evidente. Fui rememorando enquanto surgia tudo. O tecido com rostos de mulheres. A toalha turquesa. Pratos, copos, talheres misturados. Madeira com porcelana. Prata com azulejos. Azul e vermelho. Muita assimetria. Muita mistura de universos. De mundos. Reflexo dos que se sentariam à mesa, no fundo. Cada um a ser um universo irrepetível. E o milagre da coincidência que se repete, renovada. A uma mesa. Começou assim. Continuará assim. Com a mesa, uma palavra fundamental feita imagem: reciprocidade. Alguns dos presentes que vieram com as pessoas.
Para a Babette. Para a família da Babette. Gratidão pela dádiva de uma coincidência.

12 comentários:

  1. Percebemos todo o carinho que estava em ti, em vocês, na mesa que nos acolheu. A beleza toda que evocaste, nas escolhas e nas associações tão pouco óbvias. Reparei nisso tudo: no pano, na toalha de que gosto tanto, nas cores que consegues misturar tão bem. O improvável da madeira nesse todo ou dos azulejos à mesa. O mais importante terá sido perceber que o propósito era ir ao encontro do que gostamos. E, mais ainda, que significamos muito. Assim tão de repente. Mas é muito, mesmo. Tu sabes que sim. Um beijo.
    Babette

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  2. Uma amizade linda, a vossa:) Uma amizade que já se estendeu ao resto da família. Bom quando assim é. Resulta numa relação quase de sangue. E mais uma mesa daquelas que só tu sabes preparar, com as misturas inusitadas que resultam sempre tão bem.
    Um beijo para as duas,
    Ilídia

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  3. Oferecer uma mesa é muito generoso. Depois de se oferecer a mesa, com todas as coisas com que a podemos melhorar, oferece-se o prazer da comida mas principalmente oferece-se a alegria em partilhar e receber.
    Não se compara a nada a maneira como o fazes, e isso é muito bonito.
    Um beijinho com cor, no meio do cinzento do céu.
    da Pipinha

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  4. Encantadora! Como me atrai o inesperado na composição de uma mesa!O equilíbrio das assimetrias, das relações improváveis plenas de significado, fazem desta mesa um hino de beleza em honra de uma bela amizade!

    Beijinho,
    Isabel

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  5. Querida Mar:
    Como se sempre tivesse sido assim, sentámo-nos e correu tudo muito bem. E o peso da novidade: tudo era ao vivo.O aconchego de bem receber três gerações. Tantos pormenores, tanta beleza. E falámos tanto, tantos temas. Momentos que nunca esquecerei. A N.e o V.foram muito especiais para mim.
    Beijinho.

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  6. Por vezes as conjugações improváveis são as que melhor resultam e quando é para agradar alguém, para demonstrar o quanto essa pessoa significa, parece que tudo faz sentido.
    A sua mesa está muito bonita, como já é habitual.
    Bom fim-de-semana,
    Graça

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  7. Olá minha Babette:

    Foi tudo feito com esse carinho de que falas. Não dá para ser de outra maneira. Pelo que temos vindo a significar gradualmente, desde o episódio da tua busca aleatória. Esse momento foi assim como uma espécie de "match point" e aconteceu isto de sermos amigas como se nos conhecêssemos desde pequenas. Como se isso fosse tácito há muito tempo. E foi tão bonito terem estado cá os teus pais. Gosto deles de uma maneira que não decorre só do facto de serem teus pais. Pessoas bonitas e inteiras. À minha mesa. E não podia ter ficado mais feliz, naquele dia. Obrigada, sim?

    Um beijo.

    Mar

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  8. Olá Ilídia:

    É muito grata, sim. E sabes, não acredito muito nas ligações de sangue. Terá a ver com a minha história, provavelmente. Acredito mais nas ligações que vamos escolhendo. Escolho os meus afectos. E eles a mim. Enorme, isso. Por decorrer de uma escolha. Não há sangue que suplante um exercício de vontade.
    A mesa também é espelho disso. De vontade de fazer bem.

    Um beijo para ti.

    Mar

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  9. Olá Pipinha/Catarina:)

    Hoje há um bocadinho de azul, no céu. No dia da mesa, estava hesitante, o céu. Mas isso não determinou. À mesa, houve todas as cores que consegui. E sim. Tem a ver com generosidade e alegria e partilha. E todas as coisas boas que podem ser ditas e feitas e escritas.

    Um beijo a multiplicar por dois:)

    Mar

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  10. Olá Isabel:

    Também me atrai a componente de inesperado, numa mesa. E em outras dimensões também. Sempre bom misturar universos e referências. E ver no que dá:) Obrigada por ter gostado da mesa que foi uma homenagem humilde a uma amizade muito bonita.

    Um beijo.

    Mar

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  11. Olá Lusitana:

    Também senti que foi assim: como se sempre tivesse sido. É o que sinto em relação à Babette. Que a conheço há muitos anos.
    Ela disse-me umas palavras suas, que guardei. Que "a Mar parecia que tinha vivido uma vida inteira e que tinha voltado ao início para viver tudo melhor". Fiquei comovida com isso, sabe? A Babette sabe porquê. Ela sabe por que é que cada dia conta tanto para mim.
    Recíproco, o sentimento da Né e do Vasco. Gostaram muito de si:)

    Um beijo com o nosso carinho.

    Mar

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  12. Olá Graça:

    Queria que a mesa dissesse muitas coisas. Quando é assim, há duas hipóteses: a minimalista ou esta, profusa. Era para haver coisas de que todos gostassem, ali. E então, ficou tudo misturado. Todas as pessoas numa mesa, evidentes. Fico feliz por ter gostado. E agradeço.

    Um beijo de bom fim-de-semana.

    Mar

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