Irreversível.





Quando o pressuposto está, tudo o mais acontece por si. Para a mesa com que recebi mais uma vez uma amiga que nasceu aqui, bastava aquilo que é um pressuposto. O que veio depois foram flores. Narcisos. Umas flores sem nome que eu acho lindas, de tão rosa. E uma magnólia num copo de água. Nunca consigo tirar mais do que uma, das árvores. Parece uma espécie de sacrilégio. Não sei bem qual é a palavra certa. Mas também, uma só magnólia é linda e perfumada o suficiente. Numa mesa. Nas árvores, ficam bem todas juntas. E acho que está. Acho que está, a Primavera. Já não há hipótese de Inverno. Nem que haja muita chuva. Era bom que sim. E se houver, tem de se pensar num nome diferente para esse tempo por enunciar.
Neste sábado voltou a não chover. Neste sábado, voltou aqui a minha amiga Babette. Hoje fica uma mesa com flores que dizem que a Primavera é irreversível. Tal como algumas pessoas, a Primavera.

15 comentários:

  1. Mal vi o teu comentário, vim a correr :) Pensei (e não me enganei) que haveria novidades :)
    Linda, a mesa. E as flores. Nunca te disse, mas as magnólias estão entre as minhas flores preferidas. Tenho duas no jardim, mas nunca deram flores :( A minha casa fica numa zona alta, muito ventosa. Deve ser por isso. Continuo à espera :)
    Tens razão, "O mar, de vez em quando, só atrapalha" ;)
    Um beijo para ti e outro para a Babette :)
    Ilídia

    ResponderEliminar
  2. Gosto sempre das cores das tuas fotografias. As jarras, as flores, o céu azul. às vezes o colorido outras vezes o branco e os seus tons. As sombras também.
    Um lindo cenário para o vosso almoço. Com este tempo assim. Irreversível. Acho que veio a Primavera.
    Um beijinho,
    da Pipinha

    ResponderEliminar
  3. A toalha prendeu-me o olhar. Foi o primeiro pormenor. Tenho também uma assim. A renda, o linho e o bordado conjugados. Um primor feito por mãos sábias para receber a Babette. A magnólia foi o segundo pormenor. Exuberante na sua singularidade.
    Aqui junto à escola onde trabalho existem duas magnólias gigantescas, centenárias, presumo, que pintam os ares de um rosa delicado. Dois verdadeiros monumentos da natureza.
    Gostei muito da sua mesa.
    Terceiro pormenor: a imponência barroca do jarro.
    Um abraço
    Patrícia

    ResponderEliminar
  4. Gosto de pensar que a nossa amizade vai ser assim irreversível. Que o breve caminho já iniciado será longo e frutuoso. Gosto de pensar que há coisas (d'amar) que tinham mesmo de ser. Como este almoço de Março no teu jardim. Irreversível e irrepetível. E uma memória integrada. Obrigada, sim? Vou dizendo assim as coisas, que isto de agradecer nunca parece ser suficiente.
    Beijo
    Babette
    PS. E um beijo à Ilídia!

    ResponderEliminar
  5. Olá Mar
    Numa fase muito cinzenta( sofre-se com os filhos até ao nosso fim!), quis dar- lhe este abraço por me ter alegrado com a beleza das suas imagens. Saia que reuniu na mesa o que para mim é o mais significativo símbolo da primavera?O ramo vermelho de pessegueiro de jardim(?), aqueles junquilhos/narcisos amarelos e a...magnólia branca são a prova mais real de que podemos alegrarmos e alegrar com as coisas mais simples da natureza.Mais uma mesa que fala por si, não precisando de um post muito elaborado!
    Obrigada por me ter trazido uns momentos de claridade ao cinzento dos últios dias!

    ResponderEliminar
  6. Peço desculpa Mar, mas .."alegrar- nos
    Sabia
    últimos"
    Está mesmo cinzento por aqui!
    Beijinhos
    Emília Melo

    ResponderEliminar
  7. Os domingos à noite costumam ser assim. Com novidades:) As magnólias são tão delicadas. Quando fui retirar a da fotografia à árvore, senti-me um bocadinho culpada e tudo. Mas olhei-a na mesa e percebi que ela iria persistir em beleza. Pena, isso das tuas magnólias que não dão flores. E sim, imagino que o vento seja um bocadinho como o mar: de vez em quando, só atrapalha:)

    Uma boa semana para ti, Ilídia.

    Mar

    ResponderEliminar
  8. Desta vez reparei na sombra de um dos copos:) Por tua causa. E quem diria, isso das fotografias. Sou tão insuficiente. Mas também, o fundamental é mesmo isso que disseste. Os brancos e os azuis. E o verde do jardim.
    Também acho isso, sabes? Que a Primavera é de não voltar atrás.

    Um beijo para ti, minha linda.

    Mar

    ResponderEliminar
  9. Olá Patrícia:

    Foi uma daquelas relíquias. Confiada pela minha sogra. Feita pela mãe dela, creio. Estava guardada há décadas. Dá para acreditar? Não era usada há décadas. E o que se perdia, entretanto. Agora está à luz da Primavera que está a chegar. Ou que já aqui está.
    E gosto de pensar que as magnólias do jardim chegarão a ser assim como essas. Vi-as pequeninas, ali fora. Tenho visto como crescem. Uma bela metáfora, as árvores.
    O jarro é poesia. E cheio de água fresca. Obrigada por ter gostado da mesa com flores, Patrícia. É como se ela ainda estivesse lá fora, assim.

    Um abraço para si.

    Mar

    ResponderEliminar
  10. A ambiguidade do título era por aí. De como os afectos são irreversíveis. Para todos os efeitos. Mesmo que num momento qualquer se deixem cair. Mesmo assim. E há-de ser assim como dizes. Uma amizade longa e frutuosa, assim permita a vida que nos habita. A única condição de onde decorrem todas as coisas, para mim. Haver vida ou não.
    Vi-te feliz, aqui. Esse é o único agradecimento que é preciso. Não é preciso mais nada.

    Beijo.

    Mar

    PS: Os quadradinhos de rabanadas estavam óptimos à noite. Já frios. O Vasco disse isso. Para a próxima, não deve ser de fazer no momento:)

    ResponderEliminar
  11. Olá Emília:

    Fico preocupada. Fase cinzenta e sofrer com os filhos. Por mais que a mesa das flores lhe tenha feito bem, fico inquieta. Gostava que fosse possível fazer mais coisas do que pôr mesas. Diga se sim. A sério que sim. Estas coisas não são inócuas de dizer, para mim. O meu blog tem um email. Para as coisas que não são de dizer aqui. E para o que for.
    Sabe que me lembrei de si? Imaginei que talvez soubesse o nome das flores do arbusto rosa. Vejo muitas, por esta altura. E sim. Elas, os narcisos e as magnólias dizem que não há volta a dar. Que o tempo há-de trazer também coisas assim. Muito pequenas, de imperceptíveis. Eu gosto de as olhar demoradamente. Fazem-me bem. E tenho sempre medo de não voltar a ver mais Primavera. Por isso, é sempre como se fosse a última. Uma filosofia um bocadinho rudimentar, a minha. Mas é assim. Acho que me entende.

    Um abraço com o meu carinho. E continuarei preocupada consigo. A ver se passa, o seu cinzento.

    Mar

    ResponderEliminar
  12. Mais uma mesa muito bonita e o motivo que a levou a colocá-la assim ainda é mais bonito. A amizade! É tão bom e necessário cultivar a amizade e o carinho que demonstra nutrir pela Babette através da mesa, das flores, da ementa, é comovente.
    Dá para perceber que a Primavera chegou à sua casa, de várias formas. Por cá está a demorar mais um bocadinho.
    Uma boa semana e um beijo com carinho,
    Graça

    ResponderEliminar
  13. E ainda bem que temos algumas (as suficientes!!) Primaveras de carne e osso nas nossas vidas. Um brinde elas, então...
    (Deu para sentir o cheiro da magnólia, que mesmo una, abrilhantou essa mesa e a amizade linda que nasceu aqui, neste cantinho...)

    ResponderEliminar
  14. Olá Graça:

    Os pretextos para as mesas acabam por ser mesmo o mais importante. Mesmo que eu seja do género de não precisar de pretextos para pôr mesas:) Assim desde muito nova, diz a minha mãe. Ia buscar flores com as minhas mãos pequenas, para espalhar pelos sítios. Acho que disso me lembro bem. Especialmente na Páscoa, em casa da minha avó.
    Um dia lindo, o das imagens. Há-de ser assim nas nossas memórias. E está aqui. Por isso, a menos que o meu blog colapse:), o registo não se apaga.

    Um beijo para si. A ver se aí é Primavera por estes dias:)

    Mar

    ResponderEliminar
  15. Olá minha linda:

    As magnólias são muito minimalistas, no fundo. Ensinam-nos que não é preciso muito. Uma magnólia é suficiente, sim. Para que as outras permaneçam na árvore. E assim, sentia-se aquele aroma entre o floral e o amendoado. A perfumar a amizade que nasceu aqui. Já viste se não tivesse criado o meu blog com receitas e outras coisas?

    O meu carinho para as duas.

    Mar

    ResponderEliminar

AddThis