Há destas coisas. Absolutamente viciantes. Do género de não conseguir dizer que não. Do género de ser difícil não querer mais. Daí a advertência. Já aconteceu muitas vezes. Gente que diz que não quer. Ou que não pode. Mas basta uma vez. E fica-se a querer sempre mais. Até acabar, pelo menos, esse sempre mais. Por isso, esta entrada que deve ser servida quentinha, não é nada ambígua. Inequívoca. Afirmativa. Como se em cada bocadinho gratinado que levássemos à boca, afirmássemos, sobranceiros e impotentes que sim, que não é assim muito saudável, que é capaz de arrasar com uma dieta ou outra ... e depois? Como acontece com qualquer vício, no fundo. Dizemos "e depois?"
Independentemente deste prelúdio com advertência dentro, é uma das minhas maneiras de acolher, antes do gesto de sentar à mesa. E as consequências são sempre as mesmas. Silenciosas, no início. Aquele silêncio que diz que se está a gostar muito de qualquer coisa. Depois, a parte exclamativa. No fim, o pedido. "Como é que se faz?" Assim. Faz-se assim.
Maionese gratinada com "coisas" misturadas (não consegui arranjar um nome para isto:)
Metade de uma cebola média + 4 cournichons (pequenos) + 1 pimento piquillo + salsa picada q.b. + 1 mão cheia (generosa) de queijo mozzarella + 200 ml de maionese + 1 colher (de sopa) de ketchup + 1 colher (de sobremesa) de mostarda.
Pica-se muito bem a cebola, os cournichons, o pimento e a salsa. Coloca-se tudo numa taça e junta-se a maionese, o ketchup, a mostarda e o queijo mozzarella. Envolve-se tudo muito bem e transfere-se para uma taça ou para um prato fundo que possa ir ao forno e depois à mesa. No forno, basta o tempo suficiente para gratinar, cerca de quinze minutos.
O que vem a seguir é invariavelmente o que descrevi. Aquilo de ser de não conseguir parar. Só quando não há mais. Embora aqui em casa se pergunte sempre se dá para fazer mais no dia seguinte. A resposta é um não inflexível:) Sabe bem, mas não é assim de fazer muitas vezes. Para não nos fartarmos do bem que sabe. Também pode acontecer assim. Fartarmo-nos das coisas que nos sabem bem.
As fotos mostram isso. Que esta é daquelas coisas viciantes. De só se parar quando se vê o fundo da taça :) Perco-me mais facilmente com entradas do que com sobremesas, sabias? E hei de fazer esta. E hei de comê-la sem culpas. Estes pecados sabem bem. Muito de vez em quando :)
ResponderEliminarUm beijo
E é mesmo assim como dizes. E tu sabes que eu sou assim, que estranho algumas coisas, assim como estranhei esta entrada, até a provar na tua mesa, na tua casa. Uma maravilha!
ResponderEliminarAinda bem que deixaste aqui a receita, porque de vez em quando, quando o P. me pede alguma coisa para começar o jantar, às vezes lembra-se do teu gratinado com o queijo e a maionese, e eu "Nunca me lembro de pedir à Isa!".
Vai ser bom fazer :)
Os cournichons são aqueles pepinos pequeninos?
Um beijinho para ti,
da Pipinha
Foi como começou o nosso dia, no sábado. O tal "venham já já que ESTA entrada está quentinha". Tão bom sermos recebidos com algo assim. Que vai desaparecendo sem darmos por isso. O meu Z. gostou muito. E eu também.
ResponderEliminarUm beijo
Babette
Também é o meu caso. Nisso das entradas. A minha parte preferida da refeição é mesmo a inicial. As distrações breves e prévias.
ResponderEliminarSem culpas, apesar dos preâmbulos todos. Mas com alguma disciplina. A da dança, no meu caso, que ficou para a vida. A parte boa é que ensina muito sobre estas coisas que fazem com que as mulheres se sintam culpadas. Fica-se a saber que há algumas estratégias mais ou menos infalíveis:)
Um beijo.
Mar
Uma coincidência boa, a de hoje. Estar a ler o teu comentário e ligares-me. E sim, os cournichons são aqueles pepinos pequenos em conserva. Dão um sabor muito particular às coisas. A estas e a outras.
ResponderEliminarA ver se fazes, então. Para os vossos momentos prévios aos jantares. Agora já está aqui, vês? A Isa já deixou a receita do "tal" gratinado:)
Um beijo para a minha amiga Pipinha. Boa notícia, a de há pouco. Fica aqui sem ficar:)
Mar. Ou Isa:)
Estava mesmo naquele ponto, quando vocês chegaram. Gostei tanto que vos fizesse bem. Mesmo que até seja uma daquelas coisas inequívocas, sem nada de light:)
ResponderEliminarGuardo o vosso ar de satisfação. Associado a esta receita elementar. E os comentários do teu marido: "é mesmo bom", dizia ele:)
Um beijo. Quase a acabar, a semana.
Mar
Que apetitosa está esta entrada! Gosto destes gratinados. A experimentar um dia. De vez em quando não faz mal, antes pelo contrário.
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
P.S. Já experimentei os espigos, cozidos a vapor. Aprovadíssimos. Obrigada.
Graça
Olá Graça:
ResponderEliminarAntes de mais, o meu contentamento por já ter provado espigos:) E as minhas desculpas por só agora poder responder ao seu comentário. Completamente imersa no registo quotidiano. Uma semana muito especial a decorrer na minha escola que tem exigido tudo o que me for possível dar.
Espero que aconteça como aconteceu com os espigos. E que a sua experiência com este gratinado viciante corra bem:)
Um beijo. E uma boa semana para si.
Mar
Olá Mar,
ResponderEliminarEu costumo fazer uma receita do género, com bacon e alho-francês, que é igualmente irresistível (toda a gente pede a receita depois de provar) e à falta de melhor, chamo-lhe 'paté de forno'...
A mesa para receber a Babette estava linda ;)
Teresa
Olá Teresa:
ResponderEliminarA ver se faço a sua entrada viciante, então:) Parece-me muito bem, essa associação entre bacon e alho francês. O nome que arranjou é melhor do que o não-nome que arranjei para este gratinado. A partir de agora, também este poderá ser "patê de forno":)
Obrigada por ter gostado da mesa para a Babette. Foi posta com carinho. Foi isso.
Mar