Parar.





A sensação persistente de estar a falhar. Sempre alguma coisa que fica por fazer. Por mais que até faça listas. Por mais metódica e organizada que seja. Mas não estou claramente a ser capaz. A começar por esta dimensão. Onde me sinto a falhar. Apesar de haver coisas para dizer. Receitas e aquelas coisas que as receitas motivam, quando acontece sentar-me para escrever.
E então, se passo a vida a dizer que sou declarativa, esta declaração. Preciso de parar. Apercebi-me há uns dias que sim. Que era urgente parar. Uma dimensão minha que precisa que eu pare. Para ter a sensação de chegar ao fim. Importante chegar ao fim das nossas dimensões. Como querer chegar ao fim de um livro. Respirar na última página. E partir para outra coisa qualquer. Mesmo que não se saiba qual é essa outra coisa qualquer. Mas creio que só se parte verdadeiramente quando se tem a sensação de chegar ao fim de uma página.
E precisava disto. De dizer isto. A quem escolhe vir aqui. Mesmo que seja só uma pessoa. Uma só pessoa merece isto. Como se precisasse de me justificar ou assim. Não sei bem. Como se precisasse de dizer que preciso de uns dias. Que daqui a uns dias que não sei quantos são, vai voltar tudo. Mas que agora é preciso desaparecer um bocadinho. E dizer que gosto muito de estar aqui. E dizer que no entretanto, queria deixar luz de presente. Luz apanhada a andar rápido. Parte das luzes de uma cidade de que gosto tanto. E a música dos Depeche Mode. Que tem acompanhado a dimensão que precisa de mim. Depois disso, um bocadinho de silêncio. Até que voltem as palavras. Até lá.

32 comentários:

  1. : )) Percebo bem.

    Fico por aqui. Bom descanso.

    abraço

    Jo

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  2. Mar, vou sentir a sua falta. Falta de a ler. Mas percebo-a bem. Às vezes a sensação é mesmo essa: a de que não conseguimos fazer tudo. Espero que a pausa lhe faça bem. Obrigada pela luz. E pela música. E pelo carinho. Um beijo e tudo de bom para si e para os seus homens :) Ficarei à espera deste lado.

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  3. Obrigada, Jo. Que bom que percebe. Que bom que esteja aí. Soube-me a acolhimento, o seu ficar por aqui.

    Outro abraço para si.

    Mar

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  4. Mar, não consegui evitar. Tive de voltar. Como sei que vai estar ausente do blogue, tive necessidade de vir aqui deixar-lhe o meu contacto. Se lhe apetecer, pode escrever-me para ilidiabet@gmail.com
    Assim, não ficamos tão longe, não é?
    Mais um beijo

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  5. A pausa precisava de ser mais circunstanciada. Mas não é este o espaço para isso. E será só o tempo suficiente para ter a sensação de chegar ao fim. Depois voltar aqui. Que bom que tenha gostado das luzes. E da música.
    Vai correr tudo bem connosco. Vai ver que sim. E quando não, fazemos mais comida. E pomos uma mesa que faça bem. Coisas de mulheres como nós, não é assim? Cuide de si, sim?

    Até à volta. E um beijo com carinho. E o mesmo para si e para os seus dois homens. Mais um ponto em comum, que temos:)

    Mar

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  6. Mar
    Como a entendo!!
    Como a aceito!!Continuo aqui, como sempre.
    Quando passo em S. Pedro do Sul, sinto-lhe a presença. Por ali como por aqui.
    Aquele abraço com muita emoção. Sei que vou ficar mais acrescentada quando voltar.
    emília

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  7. Mar,
    Compreendo perfeitamente. Ás vezes temos mesmo que parar. Para poder contibuar. Pelo mesmo caminho ou por outro, não interessa. O que realmente importa são as pegadas que deixamos no nosso caminho que se cruza com os demais. Ficam as suas palavras, a música e as luzes a lembrar que um dia todos os caminhos se cruzam.
    Beijinhos e até breve.
    Carla (http://decozinhaemcozinha.blogspot.com/)

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  8. Vou sentir a sua falta! Volte depressa.

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  9. A Emília tem estado sempre. Tão grato, isso. Sentir a presença constante de alguém. Com a particularidade de ser alguém sem rosto. Mas sei que sim, minha querida Emília. Sei que está aí. E que se manifesta mais nos momentos em que sinto que estou a cair um bocadinho. E sabe, podemos esquecer-nos de muitas coisas. De muitas pessoas. Mas nunca das que nos dão a mão quando nos sentimos cair. Há-de passar, esta fase. Creio que entenderá que só suspendo temporariamente por gostar muito de existir aqui. E muito por não suportar a ideia de efabular a minha existência. Melhor assim, creio. Para voltar melhor.
    Muito bonito, isso de sentir a minha presença quando passa por São Pedro do Sul.
    E um abraço também. Com muito carinho. Para a minha Emília Melo.

    Mar

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  10. Olá Carla:

    É mesmo parar para poder continuar. Há um capítulo que tem de ser fechado. Eu achava que não. Que podia estar em suspenso indefinidamente. Mas não. Daí este tempo. Agradeço o seu acolhimento, Carla. E as palavras a quererem deixar coisas boas. Uma pessoa boa que se cruzou no meu caminho. Mais uma das pessoas boas no meu caminho. Obrigada por isso.

    E um beijo. Até à volta.

    Mar

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  11. Para o/a anónimo/a que disse que ia sentir a minha falta e para eu voltar depressa:)

    Não sei se tem a noção do bom que é alguém dizer-nos isso. Muito obrigada pela mensagem telegráfica que faz bem.
    Mar

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  12. Ficamos então aqui, alumiadas por esta luz de presença, certeza do teu voltar!
    E claro, Mulher-Guerreira que és, vais conseguir "chegar ao fim desse TEU livro" e essa sensação de "estar a falhar" será a alavanca para mais uma vitória. E nós, sempre aqui, aplaudindo... Bj, C&L ♥

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  13. Lindas as fotografias para parar. Engraçado o movimento, as luzes.

    Ate já :)

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  14. Que bom que estão aí, as minhas duas princesas de olhos brilhantes:)Perto das luzes de presença, capturadas a andar rápido de carro.
    E sim, muito isso. De chegar ao fim do tal livro. Melhor. Do meu livro. Temos todos uma narrativa irrepetível, não é? A ver se consigo.
    Entretanto, o bom de vos saber perto.

    Um beijo para as duas. A C e a L:)

    Mar

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  15. Sabia que ias gostar das imagens. Embora não sejam tão bonitas como as tuas deste género. Tens aquele olhar, tu:)
    Soube bem, o nosso almoço de hoje no sítio onde era a casa da Maria João. Lembro-me sempre dela, lá. De nós todas, lá. Um bocadinho da memória dela, aqui. Outra vez.

    Até já.

    Mar

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  16. Olá Mar! Não sou anónimo:)Sou uma anónima de Viseu e desde que descobri o seu blog que me sinto pertinho de si! Que corra tudo bem e fico aqui à espera (ansiosa) pelo seu regresso! Muitos beijinhos da MJ

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  17. Olá Mar,
    Não posso deixar de ficar tristinha, já ganhei o hábito de todos os dias visitar o seu blog. Adoro ler tudo o que ecreve, as receitas também mas as palvras...essas preenchem-me a alma e o corpo. Parabéns e até breve.
    Helena

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  18. Muito obrigada, anónima de Viseu:) Estamos perto, sim. Tão bom ser descoberta por pessoas que nos dizem coisas como as que escreve. Vai ver que sim, que vai correr tudo bem. A seu tempo hei-de explicar, creio. Até ao regresso.

    Um beijo para si, MJ de Viseu:)

    Mar

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  19. Olá Helena:

    Serão uns dias. Entretanto, é muito grato registar o seu registo. Que gosta de vir aqui para ler. E que isso é um hábito. Agradeço muito. Faz-me bem saber coisas dessas. Ajuda muito saber coisas dessas em momentos em que nos sentimos mais fragilizados. Mais a sentir que não somos capazes. Até daqui a uns dias, Helena. Hei-de lembrar-me também de si quando voltar a sentar-me para escrever. Sobre uma mesa. Ou uma receita. Ou o que for.

    Muito carinho para si, que não quero que fique triste:)

    Mar

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  20. O ultimo espaço onde me sinto feliz em ler português, vai desaparecer :(
    Não pode acontecer , por mais que sejam dias vai parecer anos , o unico contacto que existe entre a aluna de multimédia e a professoara dos sapatos da sola vermelha que ensina português tão bem como Fernando Pessoa escreveu, não pode ficar suspenso :(

    Com muitas saudades das aulas de português , assim me despeço com um 'Até Já :)'

    Beijo, Aluna de Multimédia.

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  21. Mar:
    Acontece a todos. Começa como um prazer creativo e evolui para uma obrigação rotineira. Mais do que parar, é preciso retomar a via inicial: publicar quando nos apetecer. Pela nossa parte, continuaremos a visitar este espaço, à espera. Merece-o.

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  22. Olá Mar,

    Vou sentir a sua falta. Nao tenho deixado comentários, mas continuo a visitá-la todos os dias...espero que volte rápido e que feche esse "tal" capitulo para poder continuar a inspirar-me com as suas lindas mesas brancas (agora com azul tb) e com a sua escrita...adoro.Tudo de bom.

    Volte rápido.

    Um beijo com muito carinho para a Mar.

    Maria José Duarte

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  23. Querida Mar:
    Pensando bem, posso continuar a desejar-lhe uma boa semana. Muitas vezes aqui o fiz às 2ªs feiras. Só que lhe ponho um plural. Até que numa semana, seja qual fôr, vindo aqui, a possa voltar a ler. E a agradecer as páginas que oferece aos outros. Um beijinho especial.

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  24. Olá Nely:

    Nada disso. Uma imensidão de lugares para ler. Alguns que eu ensinei, enquanto era sua professora de Português. E muitos outros, que são para ir descobrindo. À medida que o caminho vai sendo feito individualmente. E este lugar não vai desaparecer. Só uns dias.
    Já falámos sobre aquilo de este ano não ser sua professora de Português:) Está em muito boas mãos. E a professora dos sapatos de sola vermelha anda sempre por perto. E também gosta muito da aluna de Multimédia. Muito importante, isto: Fernando Pessoa é incomparável. Não há termo comparativo. Uma noção que espero que fique, depois de estudar a poesia maior. Nunca ninguém foi ou é como os universos todos de Pessoa.

    Um beijo para a minha aluna.

    Da tal professora dos sapatos de sola vermelha:)

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  25. Parar aconteceu exactamente para evitar isso da rotina. Sabia que poderia acontecer. Caso não o evitasse. Esta foi uma forma possível de evitar escrever aqui porque sim. Gosto demasiado de escrever, para isso. Gosto demasiado de escrever aqui, para isso.
    E sabe, é por uma coisa boa. Um bom motivo que retira tempo. E que precisa de muita disponibilidade mental. A que eu conseguir, depois de cada um dos dias cheios de trabalho.
    Muito obrigada. Por dizer que vai esperar. E por me achar merecedora de um gesto tão inteiro: esperar.

    O melhor para si.

    Mar

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  26. Que bom voltar a lê-la, Maria José. Está muito presente, sabia? Mesmo que não verbalize. Mas sim. Presente. Nas tais mesas brancas. Pontuadas com outras cores que vão surgindo.
    Obrigada. E até à próxima mesa. Branca. Ou azul. Ou outra cor que surgir entretanto. Vou gostar muito de voltar a escrever. Sei que sim. Estou a gostar muito de lhe escrever. Para retribuir o seu acolhimento. O seu carinho.

    Um beijo.

    Mar

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  27. A minha boa semana desejada pela Lusitana:) Nem calcula como todos os desejos de boa semana vão ser precisos. Obrigada. Por aquilo das páginas oferecidas. Por aquilo de querer dias bons. Por aquilo de dizer que vai voltar.

    Até isso de voltar, então. Não há-de ser muito longínquo, o voltar.

    Mar

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  28. Escrever nunca poderá ser uma rotina.
    Concordo consigo. Deverá ser sim uma libertação, uma necessidade de transpormos os nossos pensamentos e sentimentos para outra dimensão, uma passagem do espiritual para o concreto, da mente para as palavras, uma necessidade de exaltarmos pequenos grandes pormenores que estão lá, que são importantes, mesmo que apenas tenham o tamanho de um átomo. Percebo-a. A si e à sua vontade de escrever sem obrigação, sem compromisso.Contudo, entristece-me saber que não terei a assiduidade dos seus posts repletos de reflexões, momentos, detalhes e irreverência.
    Compreendo precisar de parar porque outros desafios, outras prioridades se elevam neste Tempo sem tempo em que vivemos.
    Um abraço do tamanho do horizonte ilhéu, que é infinito
    Patrícia

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  29. Um Tempo sem tempo. Muito certa, a sua formulação. Com uma densidade que dava para muitas palavras. Mas essas são essenciais, por dizerem o essencial. Queria dizer obrigada, sabe? Obrigada pelo infinito que é o horizonte da sua ilha. E dizer que este tempo está a ser muito necessário. Para aquilo de poder respirar fundo na última página. Estabeleci um prazo interior. E tenho aplicado o meu sentido de disciplina todos os dias. A ver se sim. Se corre bem. Para regressar aqui. E dar conta desse e de outros respirares.
    Muito grata por si. Por ser uma parte tão bonita destas páginas.

    Um abraço. Que é infinito. Sem tamanho.

    Mar

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  30. Para a minha ilídia impulsiva:)

    Fez bem em deixar o seu email. Obrigada pelas nossas comunicações. Que nasceram desse seu gesto impulsivo:) Estas coisas dos impulsos são assim. Dão origem a mais coisas boas. Quando não, voltamos a pensar. Recolhemo-nos um bocadinho. Mas com uma noção clara: é infinitamente melhor escolhermos o que nos faz bem. O que faz bem aos outros. Obrigada por ser uma pessoa que faz bem, Ilídia.

    Um beijo da Mar.

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  31. Eu sei que sim, isso do parar. E eu não queria despedidas. Mas volto cá sempre. E tenho saudades... Um beijo e votos de um fim-de-semana bom. Com muitas coisas que acrescentam. Numa semana que foi muito dura. Cheia mesmo. Estou um bocadinho cansada...
    Um beijo da tua Babette.

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  32. Sabias antes. Disto de ser preciso parar. E também sei que não há lugar a despedidas. A nossa circunstância muito luminosa dita isso. Sei que sim, que a tua semana foi daquelas. E já viste? És mais disciplinada que eu. E mais forte. Não suspendes o teu blog nem nada:)
    Desculpa muito só responder agora. Não tinha visto antes. Detesto a ideia de haver aqui palavras em suspenso. Como se as ignorasse ou algo do género. Só para registar que nenhuma das palavras fica em suspenso. Por isso ser triste.

    Um beijo com carinho. Para que a tua semana seja doce. Como os teus doces:)

    Mar

    PS: O fim-de-semana foi luminoso. A luz de Lisboa trouxe-me coisas tão bonitas. Basta a luz. É quase sempre isso o mais importante. A luz fazer-me bem.

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