Lugares que são um bocadinho de Lagos.
































Nos lugares transitórios onde se permanece transitoriamente, há sempre uns quantos sítios que fazem parte das rotinas transitórias. Com o passar do tempo, vamos sabendo onde ir jantar, quando apetece comida com sabor a uma certa ideia de casa. O Reis. Onde vou há anos. Comida honesta. Preços honestos, a contrariar uma certa ideia de um Algarve que quer tudo num Verão. Sem pensar para a frente. Nota-se que há muitos que vão assim como eu. Que não é ao acaso. Chama-se fidelização, não é? A essa propriedade que faz com que voltemos a um lugar uma e outra vez. Por isso sim. O Restaurante Reis acolhe-me sempre desde há anos. Na primeira noite em Lagos, quase sempre. E eu sinto sempre as mesmas coisas essenciais. Que gosto da comida. Do atendimento simpático. Da ausência de filas à porta. Por estar um bocadinho escondido, talvez. É preciso procurar. Mas encontra-se bem. Numa das ruas do centro de Lagos. Rua António Barbosa Viana, nº 21. 
E há uma certa mercearia, com pessoas que têm sempre um sorriso. Uma coisa de proximidade, por não apetecer mesmo ir a uma daquelas superfícies grandes. Boas, em muitos aspectos. Mas cheias de gente. Mas confusas e labirínticas. Não aqui. Aqui basta-me uma mercearia onde possa ir buscar iogurtes, queijo. Leite do dia e manteiga. Pouco mais. Não é preciso muito mais, por estes dias.
E o sítio em Lagos onde me perco mais. Onde gosto de estar prolongadamente. Mogador, na Rua Gil Eanes, também no centro. Jóias em prata. Com pedras que têm sempre nomes que não sei dizer. Com ar de terem vindo de lugares que são longe. Artesanato étnico. A percorrer continentes, a minha loja dos brincos de prata. Um bocadinho de África. Um bocadinho de Ásia. Um bocadinho de América do Sul. Todos os anos, tempo ali. Em busca de algo que seja Lagos durante o tempo que me separa de Lagos. E podem ser uns brincos que use muitas vezes. Um travessão de prata para o cabelo não fugir. Ou uma coisa de casa. Qualquer coisa de madeira. Ou de mármore. Uma coisa qualquer que eu olhe e seja Lagos de repente. É esse o significado da Mogador. Ser Lagos um bocadinho. Quando a minha cidade impulsiva é um lugar longe, volto aqui de repente.

6 comentários:

  1. Olá Mar.
    Também nutro simpatia por Lagos. Visitei-a em 1998. Como o tempo passa... Mas fiquei com boas recordações.E graças ao seu post pude recordar a
    simpatia de Lagos, apesar de termos ficado alojados no Hotel das Caldas de Monchique, em Monchique onde o sossego e o verde imperava.
    Outra vez a água e o verde. São assim as escolhas implícitas de quem nasce ilhéu.
    Registei as referências Reis e Mogador para uma próxima visita a Lagos.
    Um beijinho
    Patrícia

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  2. O meu anel mais bonito veio dessa loja. Âmbar.

    (gosto tanto destes textos de Lagos, obrigada)

    Beijinhos,

    Jo

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  3. A conhecer um pouco mais de Lagos, do teu Lagos, pelos olhos de uma amiga...
    Que bom! E quando houver Lagos, vai haver Reis ;). Parece-me um bom sítio para ir. E para voltar todas as vezes que apetecer ;)
    Mais um beijo
    Babette

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  4. Olá Patrícia:

    Lagos é uma casa para mim. É assim que entendo este lugar. Uma casa que me acolhe todos os anos. Daí ser-me insuportável a ideia de não viver este lugar numa casa. Seria tão triste não poder fazer comida aqui. Fico feliz por a minha ideia de Lagos evocar coisas suas aqui. E que as tenha registado, em mais um exercício de generosidade carinhosa:)
    O Reis e a Mogador são duas boas coisas daqui. Sítios certos, que não desiludem. A mim nunca me desiludiram:)
    Um beijo em tons de verde:) Para a sua ilha verde.

    Mar

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  5. Olá Jo:

    As minhas jóias mais bonitas também vieram da Mogador. Só gosto de prata e de pedras com cores lindas. Uso-as sempre. E fazem sempre com que me lembre de Lagos.
    Obrigada por gostar de ler Lagos aqui.

    Um beijo.

    Mar

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  6. Sim, hás-de ir ao Reis. E passar tempo comigo na Mogador. Porque vou lá sozinha, para poder ver tudo com calma. Os brincos e os colares pesados. As pregadeiras e os travessões para o meu cabelo indisciplinado:) Era bom ir contigo.

    Mais um beijo pelos teus comentários afectuosos.

    Mar

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