Coisas que sabem a mar.




























Um mercado como o que há aqui, oferece coisas que sabem a mar, de uma maneira que nos lembra que o essencial é ter boa matéria-prima. Bons pontos de partida, porque o resto pode ser simples e frugal à vontade. E então, eu e os meus ingredientes somos só um pormenor que serve humildemente as coisas que vieram do mar. Uso coisas muito básicas. Sal, limão, azeite, vinho branco e ervas. Coentros, hortelã. O importante são mesmo os peixes. Que pedem tão pouco, quando sabem tanto a mar. Quatro possibilidades, com ingredientes que não variam muito.

Bifes de atum com cebola vermelha

Bifes de atum + cebola vermelha cortada às rodelas + sal, limão, azeite e um pouco de vinho branco + tomate cortado em pedaços + coentros picados.

No momento de comprar os bifes, pede-se para serem cortados com alguma espessura. Quando se chega, tempera-se com sal e limão. Reserva-se uns minutos. Entretanto, parte-se a cebola às rodelas e coloca-se numa frigideira com azeite. Acrescenta-se o tomate picado e um pouco de sal. Quando a cebola estiver ligeiramente translúcida, coloca-se os bifes por cima. E deixa-se fazer durante cerca de quinze minutos, virando a meio do tempo e acrescentando o vinho branco. Decorrido este tempo, retira-se e junta-se coentros picados. Serve-se de imediato. Importante servir logo, porque é do género de peixe que não suporta ser aquecido. Também é temperamental, por isso, altera a consistência quando demora tempo a ir à mesa:)

Cherne com ervas

Faz-se o mesmo e pede-se para que as postas sejam altas. Sal, limão e reservar. Vai ao lume numa sertã com azeite, tomate, cebolinho, cebola e coentros. Faz-se durante uns vinte minutos (pode ser menos, mas as postas de cherne de hoje eram particularmente generosas). Acrescenta-se sal, se necessário. E mais coentros, pouco antes de servir.

Salada de polvo

Esta salada foi feita a partir de uns pedaços que sobraram, quando houve arroz de polvo. Uma maneira de resgatar pedaços de coisas que ainda sabiam bem e que não tinham nada de ir para o lixo. Bastou acrescentar cebola picada, pimento e tomate cortado em cubos. Por cima, um fio generoso de azeite. Vinagre, um pouco de flor-de-sal e coentros.

Camarão-tigre na sertã

Para não ser redundante, basta ir ver a receita nas coisas de Lagos dos outros anos:)

NB: Os bifes de atum pedem um acompanhamento mais ou menos neutro. Costumo servir com arroz branco ou batatas cozidas. Para a variação de cherne, fatias grossas de pão alentejano, ensopadas no molho do peixe. A salada e o camarão também só precisam de fatias generosas de pão.

4 comentários:

  1. Só se pode invejar os seus homens.
    Puro delírio dos sentidos,estas imagens e palavras.
    P.S. Será possível cloná-la!?
    António

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  2. Olá António:

    Achei piada à possibilidade de clonagem:) Acredite que em algumas circunstâncias era bom haver duas de mim. E esqueça isso da inveja. Tenho inúmeros defeitos:)

    Obrigada pelo seu comentário.

    Mar

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  3. Um desfile de Mar à mesa, proporcionado pela Mar.
    E o que fazes de melhor: aproveitar o que os lugares e os momentos têm para te oferecer. A ver se não me esqueço dessa regra. Sempre!
    Beijo ao sul,
    Babette

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  4. Olá minha amiga doce:

    Acho que falho em muitas coisas. Que me falta muito em muitos aspectos. Mas aquilo que eu puder tirar de melhor da minha circunstância é uma espécie de impulso. Uma coisa irremediável, na tua amiga Mar:) Aconteça o que acontecer. Que bom que também isso possa ser partilhado. A amizade tem destas coisas, não é?

    Um beijo da Mar. Que aproveita os lugares e as coisas:)

    Mar

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