O meu belo filósofo ofereceu-me um vinho que eu adoro. É italiano. E verdadeiramente inesquecível: Amarone della Valpolicella. Lembro-me muito bem da primeira vez que o bebi. Bem, mas o que interessa mesmo, é dizer que até chegar a mim, este vinho já passou por muito. As uvas são colhidas (e escolhidas) cuidadosamente, nas primeiras duas semanas de Outubro. Depois, são secas em esteiras durante 120 dias, num processo a que se dá o nome de appassimento ou rasinate. Nos finais de Janeiro ou princípios de Fevereiro, as uvas são finalmente esmagadas e secas a baixa temperatura durante 30 a 50 dias. Para completar o processo, o vinho é envelhecido durante três anos.
Depois disto tudo, resolvi fazer um risotto, para o acompanhar. E lembrei-me de um jantar em Milão, num restaurante de que já falei (Acanto, no Hotel Principe Di Savoia). Foi o que eu comi: um risotto feito com Amarone. Tentei reproduzir hoje. E ficou muito bem. O melhor de tudo é que fazer um risotto é uma tarefa terapêutica. Apesar de ser um prato um pouco "caprichoso". Exige atenção e uma certa dose de carinho. Uma bela manhã de Domingo, a ouvir Maria Callas. Casta Diva.
tu tens sorte! Parece que o teu filósofo te ofereceu mais do que o vinho. Levou-te até casa um pedaço de Acanto na forma de um risotto que foste tu que cozinhaste. que maravilha !
ResponderEliminarÉ...A comida acaba por ter este poder incontrolável de nos levar aos sítios onde fomos felizes.
ResponderEliminarQuanto à binhaça eu não sei....
ResponderEliminarMas que o raio do gin tónico é do melhor, lá isso é...!:D
Obrigada por mais um comentário iluminado...
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