O Mercado





O ritual diário de escolher os peixes, os frutos, os legumes. Na confusão das vozes, na agitação do mercado. Que pena este hábito persistir unicamente em alguns sítios. Normalmente à beira-mar. Perde-se muito.
Como adoro cozinhar, este tipo de espaço é, para mim, uma festa. E vou enchendo o meu pequeno cesto com salmonetes, gambas, alfaces fresquinhas, cebolas vermelhas, figos a pingar de doces, uvas de bagos carnudos e consistentes e raminhos vários de ervas aromáticas, que me são oferecidos, depois das compras. Nada substitui este gesto ancestral. Quase sem sacos plásticos, sem produtos embalados e transportados de sítios remotos. Tanta sabedoria aqui contida: comer o que há perto de nós e que a terra generosamente nos oferece em cada estação. Os mercados aproximam-nos do nosso chão.

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