Outra vez não.





Outra vez cinza turvo no céu. Outra vez a chuva. Outra vez frio. E vento. E nós em passo apressado, a tentar fugir rápido a isto tudo. E nós com saudades das coisas de Maio. Porque em Maio é suposto sentirmos o perfume das flores. Sem que saibamos distinguir muito bem quais são as flores e de onde vêm os perfumes que nos dizem que é Maio. Sabemos porque sim. Porque está aquele sol que faz com que as coisas difíceis pareçam estranhamente fáceis. E não, a neve não é nada bem-vinda em Maio. Nem a chuva. Nem o frio. Talvez tudo fosse diferente se o Inverno não tivesse soado a uma espécie de provação. 
Face a isto, os recursos continuam a ser os mesmos de sempre. E a comida a ser o que são os dias e as coisas dos dias. Esta refeição foi feita em 17 minutos. Contei-os assim exactos, porque este final de dia não estava para poesias. Tinha de ser assim e pronto. Por isso, olhei para o relógio e andei para a frente. Em todo o caso, fazer comida assim em silêncio, a ouvir uma daquelas músicas preciosas, dá uma perspectiva diferente a um dia de chuva que é como a de Janeiro só que em Maio. 

Refogado de legumes feito em 17 minutos
Ingredientes para 4 pessoas 

1 cebola + 3 dentes de alho + metade de um pimento amarelo + 1 folha de louro (dividida ao meio e sem o veio) + 1 tomate + 1 cenoura + 1 courgette (média) + 1 lata de feijão manteiga (400g) + 1 talo de aipo +  150g de bacon + bróculos q.b. + meio copo de vinho branco + 1 colher de sopa de Maizena Express + sal, azeite, coentros e pimenta preta q.b. 

Primeiro, coze-se os bróculos (aproveitando as folhas) em água temperada com sal durante cerca de cinco minutos. Decorrido este tempo, retira-se, transfere-se para um escorredor e reserva-se. Enquanto isso, pica-se a cebola e os alhos, corta-se a cenoura em rodelas finas, o aipo e o pimento. A seguir, o bacon e a courgette cortados em cubos e depois o tomate (sem a casca e cortado em pedaços). 
Coloca-se tudo num tacho, por esta ordem: cebola picada, aipo, alhos, louro, pimento, cenoura e bacon, com um fio de azeite generoso. Deixa-se estar durante 3 minutos, mexendo. Junta-se depois o vinho branco e logo a seguir, o tomate e a courgette. Deixa-se cozinhar durante cerca de 5 minutos. Depois, acrescenta-se o feijão manteiga, um pouco de água, tempera-se com sal e coentros e deixa-se apurar durante 5 minutos. Por último, os bróculos. Mexe-se tudo com cuidado, junta-se a Maizena e rectifica-se os temperos (mais sal e mais coentros) e retira-se do lume. Serve-se bem quente, por cima de arroz branco com coentros picados e pimenta preta. Num prato fundo, para saber melhor. E sim, esta comida é do género de comer só com o garfo. E também é para saber melhor:) 

A música da comida feita em 17 minutos foi esta. 


6 comentários:

  1. Olá Mar,
    Já não se aguenta, pois não? Porque de facto o inverno foi uma provação!
    Hoje o sol espreita um pouco e, enquanto levava as meninas à escola, olhámos o mar e ficámos com esperança que hoje não haja chuva. Elas acham que não ;) No fundo, desejo que estejam cobertas de razão.
    Um dia bom!
    guida

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    1. Olá Guida,

      Mesmo nesse registo. É que acho que estamos mesmo fartos. Neura de chuva:( Pode ser que as previsões das tuas bailarinas estejam certas para os próximos dias:)

      Um abraço grande.

      Mar

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  2. Não quero mais chuva ;( Nem este frio que engana Maio ;( Não se pregam partidas destas! Não, depois de eu ter arrumado as botas todas!
    Em todo o caso, um prato assim fundo e fumegante de legumes, com molho e arroz deve melhorar um bocadinho.
    Babette

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    1. Olá Babette,

      De acordo nessas coisas todas. E sabes, hoje de manhã decidi que ia usar umas das minhas sandálias altas, aquelas meio étnicas de que tu gostas. Foi assim do género: "quero lá saber da chuva":)
      Ajuda muito, um prato de comida assim neste espírito. Falámos disso agora mesmo. E de muitas outras coisas:)

      Um beijo.

      Mar

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  3. Por aqui, maio também nem sempre tem parecido maio. Hoje, esteve sol. Ontem, porém, esteve frio e acendemos a lareira. Ainda bem que não tenho tipo muito tempo e, ao contrário da Babette, ainda tenho as botas e os casacos à mão ;)

    Um beijo,

    Ilídia

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    1. Olá Ilídia:

      As estações do ano não são assim como eram. Parece que os elementos não sabem bem o que querem ou assim:)
      Melhor essa prudência, mais ainda aí, com esse clima temperamental.

      Um beijo.

      Mar

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