Uma vontade daquelas. De chocolate. Combinado com conhaque. A horas impróprias. A tal hora escura em que todos os gatos são pardos. Era bem de noite, já. E aconteceu pensar na possibilidade de um bolo de chocolate denso, sem farinha. Com um toque de conhaque. A isso juntou-se este chocolate. E pôde acontecer. Gosto de coisas que podem acontecer. Numa casa vazia, à noite. Eu, as minhas duas gatas, coisas para fazer um bolo de chocolate que é prazer a cada momento e esta música. Que faz pensar na sequência de tudo o que tomámos por uma coisa e que afinal era outra bem diferente. Fazer o quê? Aceitar. E fazer um bolo de chocolate inesquecível, de tão voluptuoso. E sim, é o tipo de bolo que faz com que nos amem (mais):).
Bolo de chocolate e conhaque
250 g de (bom) chocolate para culinária + 150 g de manteiga + 60 ml de conhaque + 6 ovos (separados) + 150 g de açúcar
Para a cobertura:
150 g de chocolate de leite para culinária + metade de um pacote de natas + 1 colher (de sopa) de manteiga + 60 ml de conhaque
Derrete-se o chocolate com a manteiga em banho-maria. Quando estiver macio, acrescenta-se o conhaque e mexe-se. Retira-se e deixa-se arrefecer. Depois, bate-se as claras com 50 g de açúcar. Reserva-se. Entretanto, bate-se as gemas com as 100 g de açúcar, até ficar um creme esbranquiçado. Junta-se esta mistura ao chocolate derretido e envolve-se. Depois, as claras. Com cuidado, incorporando-as bem. Leva-se ao forno numa forma de fundo amovível durante 20 minutos. Quando estiver frio, leva-se ao frigorífico umas horas, envolvido em película aderente, para permanecer húmido.
A cobertura:
Derrete-se o chocolate com a manteiga em banho-maria. Junta-se depois as natas (gradualmente) e integra-se bem. Depois, o conhaque. Deixa-se ao lume durante uns 10 minutos em banho-maria, para o álcool evaporar.
No momento de servir, deixa-se "cair" em cima do bolo umas framboesas frescas. O resto acontece por si. Silêncio e olhos fechados. Que é assim que sabemos que estamos a viver coisas boas:)
Estes momentos a sós na cozinha funcionam mesmo. Acontece-me muito usar a cozinha como terapia. E normalmente resulta. Os problemas não desaparecem, mas parecem perder importância.
ResponderEliminarO resultado deste teu impulso é mesmo tentador.
Um beijo,
Ilídia
PS: Linda, a gata. Filha da Milky?
Olá Ilídia:
ResponderEliminarFiz este bolo antes de uma festa de anos. Estive à espera que o bolo saísse do forno para poder ir cantar os parabéns depois da meia-noite. Soube bem ter a casa silenciosa só para mim. E aconteceu isto: um bolo de chocolate que é de nos perdermos:) E sim, não desaparecem, as coisas que nos magoam. Mas o silêncio dá-lhes a dimensão certa.
A Salomé e a Júlia (esta é mais difícil de fotografar, que não pára quieta:). As minhas gatas filhas da Milky. Andam sempre perto, a enrolar-se nas minhas pernas e a subir à bancada da cozinha:)
Um beijo.
Mar
Sim, gostamos (ainda) mais da Mar depois deste bolo ;) (se bem que para o Zé o auge continua a ser o pudim abade de Priscos). Daqueles que arrancam muitos huuummms e segundos silenciosos para o saborear. É delicioso! Bom que partilhas a receita para que possam gostar mais de nós ;)
ResponderEliminarO Rodrigo manda beijinhos à Júlia. E eu à Salomé.
Babette
E beijinhos a ti, claro...
ResponderEliminarDe todos nós!
Babette
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá Babette:
ResponderEliminarPara o Vasco também. O Abade de Priscos está lá no Olimpo das coisas que dão prazer e hummmmms prolongados:) E sim, a ideia é essa de haver mais gente a gostar de bloggers e afins:)
A Júlia manda beijinhos para o Rodrigo. A Salomé e eu para ti:)
Mar
Que silêncio bem preenchido!! E De Cure combina na perfeição!...
ResponderEliminarÉ muito bom estar e sentir-te de volta a este maravilhoso blog...Um abraço,
Isabel
Por vezes o resultado do refúgio na cozinha é magnífico, como este bolo. Principalmente quando agrada àqueles de quem mais gostamos.
ResponderEliminarTambém gosto de estar na cozinha a horas "impróprias". Parece que ameniza as minhas inquietações.
Beijinhos,
Graça
Olá Isabel:
ResponderEliminarOs silêncios podem dar em coisas assim. Silêncio com música ainda mais.
Gosto deste lugar. E é lindo que alguém diga que é maravilhoso:)
Um abraço grande!
Mar
Olá Graça:
ResponderEliminarA comida tem mesmo esse poder amenizador. Não é que estivesse inquieta. Não era isso. Mais qualquer coisa de resignação, de aceitação. Um dado estranho, em mim. A parte boa é que disso resultou um bolo de chocolate que espalha felicidade:)
Um abraço para os Açores.
Mar