Imperativo.



























Foi como se ouvisse a primeira palavra da música que fica com a mesa. Um "stop." Imperativo, exclamativo, urgente. "Pára." Uma jarra da década de 70, meio nórdica, no Príncipe Real. Claro que sim, que era mesmo de parar. Tudo o mais é retórica. Veio. Mesmo que até nem soubesse bem para quê ou porquê. Acabaria por fazer sentido. A seu tempo. E sim, tanto sentido. Com uma manta branca a servir de toalha. Marcadores azuis. Mais o laranja quase vermelho de umas taças marroquinas. Copos de refresco, muito antigos. Há-de fazer mais sentidos, que eu sei. Mas hoje fica este. A jarra vermelha com flores que tinham mesmo de ser as mais essenciais e as mais etéreas. Muitas. Muito juntas. Quase exuberantes, só por serem muitas e por estarem muito juntas.
A poesia de todos os dias é muito isto. Perceber que uma taça de azeite pode reflectir o céu e as árvores. Que o vermelho de uns tomates-cereja fica mesmo bem com o verde dos coentros e de uma cerâmica quase orgânica. E as cerejas. Tantas, por estes dias. Celebrações efémeras dos dias que parecem pássaros em voos rápidos.   

8 comentários:

  1. Que bom.
    Stop... uh-uh... sabe sempre bem ouvir.

    ResponderEliminar
  2. Olá Vera:

    Subscrevo:) Sabe sempre bem, esta música.

    Mar

    ResponderEliminar
  3. Que bem que fica nessa mesa azul a jarra que se atravessou no teu caminho :) O laranja será sempre a cor dos anos 70, não é? A minha mãe tem uns frascos de cozinha dessa época de que gosto muito.

    Continuação de uma boa semana. A minha está a ser cansativa, ainda com reuniões. E outras coisas à mistura ;)
    Um beijo,
    Ilídia

    ResponderEliminar
  4. Olá Ilídia:

    Foi mesmo uma dessas coisas de "atravessar no caminho". Ainda bem que parei:) Tem tido muitas possibilidades, à mesa.
    Esta altura do ano é mesmo assim: cheia. Logo a seguir, sol. Pensa nisso:)

    Uma boa semana para ti também.

    Um beijo.

    Mar

    ResponderEliminar
  5. A fruta que me é mais preciosa e a beleza de uma mesa que mistura cor e objectos com o teu natural bom gosto. O jarro com as flores azuis é também lindo. E gosto daqueles objectos que nos vêm parar às mãos. Assim como certas pessoas que se nos aparecem no caminho porque tinha de ser. Parece que fazem ainda mais sentido assim, por poderem também, com a mesma facilidade, simplesmente não ser. O aleatório da vida pode ser tão significativo! Como essa jarra vermelha que agora mora com vocês.

    ResponderEliminar
  6. Olá Babette:

    Esse ponto é certo. Os objectos que nos surgem assim, sem os procurarmos. As pessoas que nos surgem assim, sem as procurarmos. Tem mesmo aquela componente do "suposto", do "ter de ser". Acho eu que deve ser assim.
    Também gosto muito daquele jarro de água com as flores azuis. Muito campestre. De usar num jardim caótico como o meu:)

    Um beijo. Obrigada. Gosto que gostes das mesas.

    Mar

    ResponderEliminar
  7. A jarra é muito bonita e conjuga muito bem com os restantes elementos. E como se percebe que aproveita bem os dias, que parecem "pássaros em vôos rápidos", cada vez mais e às vezes sem haver tempo para apreciar as pequenas coisas da vida!
    Felizmente há quem consiga fazê-lo!
    Graça

    ResponderEliminar
  8. Olá Graça:

    Sempre pensei nisso. De aproveitar bem. Seja o que for. Vai nos dois sentidos, esta atitude. O mau também é sentido até ao fim. A parte boa dos fins é que significam ir ao limite. Quando finda, não resta mais nada. Só o que nos ensinar. A ver se continua a ser assim, que tenho tido inúmeros testes à minha capacidade de integração do mau.
    Gosto da maneira como gosta das mesas. Na minha pausa, lembrava-me de si muitas vezes, quando punha uma mesa. E isso é muito grato.

    Um bom fim-de-semana para si.

    Mar

    ResponderEliminar

AddThis