Fundação.









É assim como um refúgio. A Fundação. Um lugar que vale por si, enquanto edificação. No que isso tem de material, mas também de imaterial. A arquitectura sóbria e quente, quase orgânica. Os jardins. As exposições. A música que há ali. As conferências. As edições que dificilmente aconteceriam. E tudo o que acontece. Na Fundação Calouste Gulbenkian.
Por estes dias, uma exposição sobre o mar. Uma outra a propósito do imaginário labiríntico de Alice, tomando como referência a hora do chá. E as conferências dos dias 15 e 16 deste mês. Dedicadas a Eduardo Prado Coelho. Há pessoas que desaparecem e não há meio de preencher o lugar que deixam. Vazio. O quotidiano era um lugar melhor, depois de o ler.
Para lembrar, então. O homem que foi "o melhor de nós", segundo Eduardo Lourenço. E este lugar/oásis. A que se volta com vontade de reiteração que se reinventa. Nunca se entra ali da mesma maneira. Nunca se sai igual, também. Trazemos sempre qualquer coisa que não havia antes. Sempre qualquer coisa que não havia.

8 comentários:

  1. Convidativa sequência de imagens acontecimento nesse lugar tão vivo, tão singular, e de que tanto nos devemos orgulhar!E como tocam as palavras de Sofia!
    A propósito da exposição "Chá com Alice", vi há dias o serviço da Vista Alegre e fiquei simplesmente encantada!!

    Um beijo com carinho,
    Isabel

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  2. Gostei da coincidência do espaço. Estive também na Fundação, recentemente, a ver e ouvir Eclipse, de Amadou & Mariam. Tenho sempre muitos bons motivos para lá ir, a esse lugar especial. Mas o que senti neste post foi uma vontade de me expressar, aqui. E não silenciar, desta vez. Só para dizer que este espaço, d'AMar, é, também para mim, assim como um refúgio. No final dos dias. E é bom haver lugares assim.

    Um beijo de muito obrigada. Por este cantinho especial.

    Joana

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  3. Olá Isabel:

    É "a" Fundação, creio. E nós nem imaginamos o tanto para além destas e de muitas outras sequências. Gosto de pensar e de ver o que acontece ali. E também no que sai daquele edifício. Os livros que chegam a lugares onde não. A música. O trabalho de amigos meus em África, pago por esta Fundação. Coisas assim.
    E sim, muito bonito, esse serviço. Vi numa das mesas para a Alice.

    Um beijo com o meu carinho. Extensa, esta semana. Bom fim-de-semana para nós, então:)

    Mar

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  4. Olá Joana:

    Bom ir ali com motivos. E sem eles, também. Lembro-me bem da primeira vez que ali fui, era pequena. Os jardins. Na minha memória permaneciam os jardins. Volto indefinidamente ali.
    Queria registar o seu registo, Joana. E agradecer por esse lastro. Especialmente por isso do refúgio. Com o que a palavra tem de jardim. Que seja bom. Fico feliz como se estivesse nos jardins da Gulbenkian, a ouvir as vozes filtradas. Lamento não conseguir dizer coisas muitas vezes. Não conseguir escrever muitas vezes. À espera que a vida deixe, eu.

    Um beijo com a minha gratidão e o meu carinho.

    Mar

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  5. Sabes que é um dos meus sítios em Lisboa. Talvez "o" sítio. E uma das nossas primeiras convergências. Ambas tínhamos realçado, nos nossos espaços, a importância desse espaço e as coisas bonitas que tínhamos visto. Chamam-lhe naturezas mortas, apesar de eu as achar sempre muito vivas. Infelizmente vou demasiadas vezes a Lisboa com o tempo contado. Ainda não deu para ver estas exposições... e tu disseste-me que eu ia gostar...
    Bom fim-de-semana, linda!

    Babette

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  6. Linda a sequência de fotografias, dos momentos, das exposições, do que passa por aquele espaço e do espaço em si, do que fica sempre a acolher. O edifício, com aspecto robusto por fora e quente por dentro, como muito poucos. E o jardim. Concordo muito contigo, há qualquer coisa ali que se traz sempre, e isso é bom.
    Havemos de ir a Lisboa, nos dias frios do Inverno !
    Um beijo,
    da Pipinha !

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  7. Olá Babette:

    Ocorre-me algumas vezes que se alguém me dissesse que tinha umas horas para estar em Lisboa, diria para ir ali. Para estar um bocadinho no jardim, em silêncio. E para entrar. Só isso. E tudo o que acontece ali. Para acabar, ir rápido ver o Tejo. Lisboa poderia bem ser essas evocações silenciosas.
    E lembro-me sempre de que talvez tenhamos até andado por ali ao mesmo tempo, antes de nos conhecermos:) A Gulbenkian é tudo o que havia. E tu, um bocadinho. Por partilharmos (também) o gostarmos deste lugar.
    Rouba tempo ao tempo, Babette:)

    Um beijo.

    Mar

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  8. Olá Pipinha:

    Havemos sim. Uma das minhas coisas: ir a Lisboa por causa das luzes de Natal. Ou por causa das flores dos jacarandás. Ou pelas outras coisas que tu sabes:)A ver se este ano há luzes de Natal na Avenida. O ano passado não. E fiquei triste como se tivesse dez anos.
    E regressar também à Gulbenkian. Levar aquilo que se é, antes. E trazer aquilo que se é, depois.

    Um beijo.

    Mar

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