Almoço de praia em dia de chuva.




























Num dia em que houve chuva. Muito calor. E chuva ao mesmo tempo. Uma sensação de trópicos, a de hoje. De o olhar nos dizer que não, que não é suposto ir ver o mar. Mas sentir-se outra coisa. Sentir que sim. Que era mesmo de ir ver o mar. Antes disso, o almoço. Em dois momentos. A sentir calor e a olhar a chuva.
Para começar, gambas. Fresquíssimas. Com um quê de majestoso. Mas rainhas próximas. Vindas das nossas águas. E a valerem por si. A precisarem só de dois dentes de alho esmagados (ao esmagar os alhos, em vez de os picarmos, ganha-se em dois aspectos: no acentuar do sabor e na ausência de fragmentos queimados a perturbar o resto), algum azeite, vinho branco e coentros. E o tempero prévio habitual: sal e limão. Numa frigideira, o azeite e os alhos durante um minuto. As gambas depois e meio copo de vinho branco, mais o tal tempero prévio. Um fio de azeite e viram-se com frequência durante uns escassos dez minutos. Pouco antes de servir, coentros picados. E o que se segue, é o habitual. Fatias de um pão consistente e uma salada de tomate e cebola.
E continua-se com lulas recheadas. Uma daquelas coisas que não fazia há demasiado tempo. Uma daquelas coisas que era uma espécie de pedido recorrente. A altura certa foi hoje. Quando é assim, faz-se o que está certo. E às vezes é mesmo fácil fazer o que está certo. Com os ingredientes certos. Estes:

6 lulas + 1 cebola vermelha picada + pimentos vermelho e amarelo picados + cebolinho picado + metade dos tentáculos das lulas cortados em pedaços pequenos + 1 tomate coração-de-boi cortado em pedaços + azeite, sal, vinagre e coentros q.b.

Pode pedir-se para as lulas serem arranjadas para rechear, mas hoje apeteceu-me o processo todo:) Depois de arranjadas, reservam-se. Leva-se ao lume os legumes e os tentáculos cortados num pouco de azeite. Quando começar a fervilhar um bocadinho, acrescenta-se sal e vinagre a gosto. Deixa-se fazer durante dez minutos. Recheia-se as lulas com esta mistura, tendo o cuidado de não preencher demasiado. Fecha-se com dois palitos cruzados. Na mesma frigideira onde foi feito o recheio, depois de se retirar o que restou para um prato, leva-se as lulas já recheadas ao lume, em azeite. Viram-se, para ficarem um bocadinho douradas. Quando acontecer isso, junta-se a mistura do recheio e deixa-se cozinhar durante uns vinte minutos. Serve-se arroz branco. E logo, que é quando sabem melhor:)
Com a pressa toda de querer muito o almoço de praia em dia de chuva, um episódio que magoou. Documentado pelo meu filho. A mãe Mar cortou-se, no dia em que choveu. E ele registou o dia de chuva com dedos cortados à mistura. Fica aqui o episódio visto pelo António, que foi por causa do almoço de hoje que há um golpe profundo na mãe Mar:)

4 comentários:

  1. Um almoço delicioso pelas tuas mãos, que entretanto se magoaram... Num dia de Verão que foi "tropical". Aqui o tempo está muito abafado mas não choveu...
    Um beijo
    Babette

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  2. Um dia de Verão tropical. Irremediável nos meus dedos. Facas demasiado afiadas são assim. Magoam. Mas até que ficou bem, o almoço:)

    Um beijo para ti.

    Mar

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  3. Olá Mar,

    Está tudo com óptimo aspecto. Gosto de lulas recheadas, mas não tenho paciência para as preparar. Talvez seja a própria consistência do animal (em cru) que me faz afastar dessa opção. Imagino que deve ter sido um almoço excelente, acompanhado de um bom vinho verde (talvez!).

    Um beijo

    Fa

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  4. Olá Fa:

    Pode não ter paciência para preparar lulas recheadas, mas faz coisas para as quais eu não consigo arranjar paciência e pronto:) As lulas recheadas foram um pedido dos meus dois homens. Eu não gosto assim muito. Mas faz parte de gostarmos das pessoas fazermos coisas assim, não é?
    O almoço foi bom. E creio que o vinho era branco:)

    Um beijo.

    Mar

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