Já tinha feito várias vezes estes bolinhos delicados e passíveis de ser coloridos, mas não tinha dado notícia aqui. Pois hoje aconteceu. E o meu filho ajudou, aplicado em separar as gemas das claras e maravilhado por ver que se consegue fazer castelos de neve com a parte translúcida dos ovos! O olhar das crianças faz-nos recuperar um pouco da eterna novidade do mundo, como escreveu o poeta maior. Fernando Pessoa, pela voz de Alberto Caeiro, o guardador de rebanhos que não queria pensar. O anti-metafísico. Subversivo na simplicidade aparente das palavras. Por vezes, o mais simples é o mais difícil de dizer.
E estes bolos também são muito simples de fazer. Basta uma chávena de açúcar, seis ovos, 100 g de manteiga derretida, 150 g de chocolate em pó e uma colher de farinha. Bate-se o açúcar e as gemas, depois as claras são transformadas em castelos:). Entretanto, junta-se a manteiga derretida à mistura de gemas. Para o final, adiciona-se o chocolate em pó, as claras batidas e a colher de farinha. Leva-se ao forno durante 20 minutos. Depois de terem arrefecido, cobre-se com creme de chocolate. E salpica-se com bolinhas prateadas. Ou com o que quisermos no momento.
O meu filho adorou. E comeu chocolate como se fosse a primeira vez. E eu assisti com felicidade à primeira vez que o António comeu chocolate.
NB: O chocolate em pó que eu uso em todas as receitas de chocolate é Neuhaus. Uma mistura para pôr no leite. E que eu gosto de usar também nos bolos. Por ficarem infinitamente melhores.
Ui, ui! Prevejo o próximo fim-de-semana repleto de castelos de neve e chocolate e bolinhas prateadas...
ResponderEliminarE talvez apresente o tal Guardador de Rebanhos à minha Ovelhinha. Até porque ultimamente, anda muito interessada nessas coisas da metafisica, e como apareceu o Mundo e de onde viemos nós todos e como tudo começou. Talvez lhe responda que basta olhar para as árvores e montes e flores e luar e sol...
É o mandamento mais essencial que se pode passar a um filho: aprender a contemplar e a gostar das coisas simples. E ensinar-lhe a poesia. A nunca recusar a poesia. A Sophia de Mello Breyner escreveu sobre isso. Sobre os que recusam a poesia. E de como isso é irreversível.
ResponderEliminarBeijo para as duas princesas dos castelos de neve!
Oláááááá... eu não disse que de vez em quando viria espiolhar?
ResponderEliminarAi, ai, palavras para quê? Adoro "vê-la" e "lê-la".
Há uns dias deram-me uma receita de coelho no forno "aux 3 pimentas" (daqueles que a Isa não gosta de certeza porque é rápido) que já fiz numa das minhas humildes tentativas de fazer algo gostoso. E não é que ficou uma delícia? Diz quem o comeu, uma vez que eu não como carne. Se quiser, "passo-lha". Só tenho a ganhar pois irá dar-lhe o seu toque especial e vai melhorá-la, de certeza.
Tenha um bom fim de semana. Beijo
Sim, por favor. Adoraria que me dessem receitas. Principalmente se ficaram uma delícia:) Não sabia que era vegetariana. Isso há-de ser um incentivo para eu fazer receitas mais "verdes", em sua homenagem. Tinha saudades da Isa do Algarve. Já estava a pensar que se tinha esquecido da Isa do Norte:)
ResponderEliminarUm beijo ensonado de domingo:)
Ora bem Isinha, cá vai:
ResponderEliminarPara um coelho inteiro ( aconselho dar uns "cortes" nas zonas mais "compactas" para que seja fácil partir os bocados depois).
Num almofariz pisar 1 colher de sobremesa de pimentas em grão ( rosa, preta e branca, ou verde. A rosa é fundamental); 3 dentes de alho aos bocadinhos para ser mais fácil esmagar; 1 colher sobremesa de sal médio; 1 folha de louro aos bocadinhos depois de tirada a nervura do meio; 2 colheres sopa de mostarda; 2 colheres de sopa de margarida para culinária ( eu fiz com Becel que era a que tinha em casa); umas folhinhas de salsa.
Ir "batendo" e misturando tudo passo a passo.
Barrar o coelho por dentro e por fora. Deixar tomar o sabor dos temperos por algum tempo. Eu fiz da hora de almoço para o jantar. Untar um prato de ir ao forno com azeite e deixar assar. Quem comeu disse que estava de lamber os dedos pois a carne estava saborosa, tenra e estaladiça. Acompanhei com um modesto arroz branco e salada. Et Voilá!!!!!
Experimente e depois diga-me.
Quanto às minhas opcões direi que sou uma falsa vegetariana pois só não como carne.Consigo compensar as proteínas comendo muito peixe e ovos. De qquer modo faça sim umas experiências sem carne pois, no geral, não dedico muito tempo com aquilo que como.
Um beijo.
P.S. também já tinha saudades de falar sonsigo, Isa do Norte.:) :)
Obrigada pela receita! Vou experimentar e deixar um post em homenagem à Isa do Sul. Que de vez em quando visita a Isa do Norte, num blog cheio de comida. Talvez no fim de semana. E também vou criar coisas vegetarianas e saborosas.
ResponderEliminarUm beijo para Portimão:)