Colher o dia



Começando pela teoria de Espinosa, a dos bons encontros. À minha mesa de hoje houve realmente um bom encontro. Com uma pessoa de sempre e com outra que veio pela primeira vez. Um casal especial. A mesa foi posta cá fora, junto às árvores e ouvia-se a voz bela e trágica de Maria Callas. E o almoço consistiu na recuperação de uma memória. Uma receita de família. Que eu acabei por reinventar, mas a que fui buscar inspiração. E tentei harmonizar um pouco a intensidade do caril com outros sabores. Creio que resultou bem. Ou melhor, resultou. Porque não ficou nada:). Um almoço prolongado, com vinho e conversa que flui, sem rede. Sem formalismos e cerimoniais vazios de sentido.

Caril de Bacalhau
3 cenouras+1 cebola+metade de um pimento+1 courgette+alcaparras q.b.+1 garrafa de leite de côco+caril a gosto+coentros picados+tomate cortado em cubos+3 postas de bacalhau em lascas.
Faz-se um refogado com os vegetais, junta-se o bacalhau em lascas, depois o leite de côco, o caril, o tomate picado e os coentros. Deixa-se estar durante cerca de meia hora e tempera-se a gosto. O que significa que quem quiser, pode tornar o caril mais spicy. Ou não.

NB: O branco da mesa foi cortado pela introdução de garrafas de uma cerveja belga, intensa como um vinho e que se chama DEUS. E eu juntei uns ramos de oliveira às garrafas de Deus. Para dar um toque terreno:)

Sem comentários:

Enviar um comentário

AddThis