Declaração de influência.






Todas as cozinhas resultam de influências, de inspirações. Não é raro acontecer-me fazer uma comida qualquer por causa de uma cena de um filme ou de uma fotografia numa página aleatória. Ou cruzar ingredientes, a partir de duas ou três receitas. Uma das coisas que também me acontece é guardar bem as memórias sensoriais dos restaurantes onde fui feliz. Não só pelo óbvio, mas também porque acontece querer tentar reproduzir em casa uma coisa qualquer que comi e de que gostei ao ponto de ter essa vontade. 
Aconteceu assim com estes pimentos recheados. Uma das coisas de que gostei muito, neste restaurante. Na altura, tentei adivinhar a receita com a intuição e com o gosto. Percebi que o recheio era uma pasta de atum clássica, semelhante à que faço desde há anos. Que os pimentos eram doces e pequenos e que deviam ter sido ligeiramente assados, antes do recheio. Uns dias mais tarde, tentei fazer, a ver se corria bem. E correu, que já foi várias vezes introdução de refeições. Por isso, creio que está na altura de partilhar aqui. Fica então a receita com influência declarada, associada a um vinho branco que joga bem com entradas deste género. 

Pimentos recheados 

4 pimentos (doces e pequenos) + 1 cebola (pequena) + 1 lata de atum + 4 colheres (de sopa) de maionese + 1 colher (de sopa) de ketchup + coentros e salsa q.b. 

Primeiro, corta-se a parte de cima dos pimentos e retira-se as sementes do interior. Leva-se ao forno a 180º c durante 10 minutos, tendo o cuidado de virar ao fim de cinco minutos. Decorrido este tempo, retira-se e reserva-se. Enquanto os pimentos arrefecem, faz-se a pasta de atum. Assim: cebola picada misturada com o atum (previamente escorrido e desfeito com um garfo), a maionese, o ketchup e as ervas picadas. Envolve-se muito bem e reserva-se. Antes de rechear os pimentos, retira-se a pele, para ficarem mais bonitos e para não haver nada a atrapalhar, quando forem servidos. Com uma colher de café, introduz-se o recheio e serve-se. Ficam óptimos com salada de agriões e maçãs verdes. 

E um som que é mesmo do género de dançar. Faz parte, essa parte. Música que ajuda a queimar, então. 


8 comentários:

  1. Uma das coisas boas de estar de plantão ao termómetro do meu rapazito é ter tempo, enquanto xarope faz efeito, de ler alguns dos blogues que mais gosto! Também sou assim e na semana passada tentei fazer uns pastéis que comi e adorei. Vou experimentar estes pimentos que me parecem deliciosos.
    A única coisa chata disto, é estar cheia de fome às 4h da matina...
    Um beijo e boa semana!

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    1. Olá Vera:

      Solidariedade de mãe. Espero que ele esteja melhor, entretanto. Se experimentares, que te saibam bem. Aqui, têm sido muito aprovados:)
      E sim, com fome a essa hora é dose:)

      Um beijo. Boa semana. Boas melhoras para o teu menino.

      Mar

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  2. Olá Mar,

    Ou não falo ou...não me calo.

    Só para dizer que adorei!

    A receita, que parece bem boa e simples, naquele espirito das "Coisas d'Amar" mas, sobretudo das palavras!

    Admitir que sim, existiu uma influência. E então?

    É tão feio o que se vê às vezes, receitas publicadas e depois reclamadas por outros como sendo suas.

    Duvida-se de facto de tanta imaginação....

    Hei-de experimentar estes pimentinhos! Na semana passada fiz uma versão com cuscus, mais consistente e que serviu de refeição, com uma salada.

    Um beijinho do Algarve,

    Sandra Martins

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    1. Olá Sandra:

      Que seja como entender:) Ainda bem que gostou da receita que veio do Porta Rossa.
      Eu não sou bem do meio, Sandra. Não tenho grande noção dessas coisas infelizes. No universo dos blogs e em muitos outros, sou uma espécie de elipse, não existo. Mas claro que isso é só triste, quando acontece.
      Apesar disso tudo, fico bem feliz que queira experimentar fazer estes pimentos pequeninos. Se sim, que lhe façam bem.

      Um beijo para si.

      Mar

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  3. Falámos muito tempo no dia em que os fizeste pela primeira vez. E eu tinha feito uns que não ficaram nada de especial, apesar de ter tirado fotos bonitas. Ao contrário dos teus, que parecem uma delícia. Hei de fazê-los qualquer dia :)

    Um beijo,

    Ilídia

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    1. Imenso tempo:) E essas coisas acontecem. Mesmo quando até dão fotografias bonitas. São deliciosos, sim. Acho que vais gostar, que temos um gosto semelhante, nestas coisas de fazer comida.

      Um beijo.

      Mar

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  4. Também me falaste desses pimentos ;) Ficam bem lindos! Somos sempre uma mistura de coisas e de influências. Umas mais e outras menos conscientes, também. Esta combinação parece resultar particularmente bem.
    Um beijo!
    Boa noite!
    Babette

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    1. Era inevitável falar-te desta experiência a partir da influência do Porta Rossa. E sim, os senhores do italiano da Foz acertaram na combinação. Têm aquela delicadeza boa, perfeitos para os inícios de refeição.

      Um beijo.

      Mar

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